As diversas ideologias que formam o espectro do esquerdismo estão atraindo a atenção dos jovens e disputando entre si o título de principal influência sobre eles. Essa avaliação é da apresentadora e escritora cristã Allie Beth Stuckey.
Allie apresenta um podcast chamado Relatable (“relacionável”, em tradução do inglês) e acaba de publicar um livro que se propõe a atacar premissas da cultura vigente, intitulado You’re Not Enough (& That Okay): Escaping the Toxic Culture of Self-Love (“Você não é suficiente (e tudo bem): fugindo da cultura tóxica do amor próprio”).
“Se o eu é o problema, também não pode ser a solução”, avalia a escritora, apontando uma resposta antecipada para a ideologia pós-moderna do “amor-próprio”, que prega que todos podem encontrar resposta para seus problemas e as questões mais profundas da vida dentro de si mesmas.
“Tudo começa com essa enorme e lucrativa indústria de autoajuda que começou muito antes da geração Y e da geração Z atingirem a maioridade. Dizia às pessoas: ‘Se você apenas seguir esses dez passos e se tornar melhor e se comprometer com o auto-aperfeiçoamento, sua vida será melhor. Você será mais feliz, mais rico, seus relacionamentos serão melhores’”, contextualizou.
“É claro que há um pouco de verdade em tudo isso – não sou contra tomar certas medidas para tornar sua vida mais bem-sucedida – mas [essa ideologia] começou a se casar com a ideia da Nova Era de que você é seu próprio deus e que sua vida é apenas uma jornada para descobrir quem você realmente é, para encontrar aquela ‘deusa interior’”, acrescentou.
Sintomas
Questões de saúde pública que vêm se agravando nos últimos tempos são indícios de que essas ideologias que dividem a sociedade em raça, sexo e preferências sexuais não constroem bases sólidas e produtivas, argumentou Allie.
“Se você olhar para os índices de depressão e ansiedade entre os jovens, eles são muito maiores do que as gerações anteriores. Mesmo assim, continuamos ouvindo: ‘É por causa do déficit de amor-próprio; precisamos apenas fazer com que os jovens se amem mais, pensem mais em si mesmos, se concentrem mais no auto-cuidado e no auto-rejuvenescimento’”, pontuou.
“Não acredito na premissa de que temos um déficit de amor próprio […] Não acho que haja qualquer indicação na sociedade de que não tenhamos foco em nós mesmos. Somos infinitamente obcecados por nós mesmos”, sublinhou a escritora, na entrevista dada ao portal Daily Wire.
Essa ideologia, afirmou Allie, desvia os jovens de seu propósito e rouba deles as maiores alegrias da vida: “Compramos a mentira de que o amor-próprio é o precipício, isso significa que vamos jogar de lado qualquer coisa que nos incomode, qualquer coisa que pensemos que vai inibir nosso amor-próprio ou cuidado próprio”.
“Sim, há muito autossacrifício e muito auto-esvaziamento que vem com, por exemplo, amizades saudáveis ou trabalho árduo. Há muito sacrifício que vem com o casamento e que vem com ter filhos. Essas também são algumas das maiores fontes de alegria e estabilidade que podemos encontrar”, elaborou.
Evangelho é a resposta
O cristianismo serve exclusivamente como antídoto para o amor-próprio tóxico e o ódio-próprio implacável, dois lados da mesma moeda de engano espalhada por essas ideologias: “Todos são feitos à imagem de Deus”, conceituou.
“E porque fomos feitos por este Criador, fomos todos criados iguais. Dessa forma, todos nós temos o mesmo valor. Todos nós temos o mesmo valor. Ser feito na imago Dei significa que cada pessoa na terra é mais valiosa do que qualquer outra planta, animal ou criatura. Agradecemos o trabalho de Deus em criar nossos corpos, nossas mentes e nossas vidas”, aprofundou, mostrando a importância de enxergar no próximo alguém tão valioso quanto si mesmo.
“Mas há uma outra camada nisso: o próprio Evangelho. O Evangelho diz que você é um pecador. Você não pode se salvar. Deus é santo, Ele é perfeito e você não. Porque Ele é santo e você não é santo, você precisa de alguém para reconciliá-lo. Você precisa de alguém para preencher essa lacuna, para construir essa ponte. E foi isso que Jesus Cristo fez”, pregou a escritora.
“Olhando para Ele e Seu sacrifício – Sua morte e ressurreição – e nos dando Sua justiça, Sua perfeição e Sua santidade para que pudéssemos ser reconciliados com Deus, vemos tanto nossa depravação quanto nossa incapacidade de salvar a nós mesmos. E assim se livrar da egolatria. Mas também vemos o quanto Deus nos amou – tanto que enviou Seu Filho para morrer por nós. Isso acaba com a auto-aversão”, finalizou.