O hábito de ir à igreja com frequência influência no reconhecimento social e faz os fiéis serem vistos como pessoas persistentes, sábias e éticas. Mas, por outro lado, a ostentação da religião pode causar uma impressão exatamente oposta.
A descoberta aconteceu em uma pesquisa feita pela antropóloga Eleanor Power, pesquisadora da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA). O relatório do estudo foi publicado no jornal científico Evolution & Human Behaviour, dedicado às questões científicas que envolvem o comportamento humano e assuntos ligados à teoria da evolução.
Eleanor explicou sua descoberta, pontuando que não são as atitudes de devoção e a frequência na comunidade de fé ajudam na formação de um reconhecimento social. “Na verdade, os resultados aqui apresentados mostram que o culto regular é frequentemente associado a um maior reconhecimento”, disse.
Segundo o portal EurekAlert, Eleanor conduziu seu estudo observando dois grupos distintos do sul da Índia: hindus e cristãos. O primeiro é conhecido por práticas religiosas chamativas, como caminhar com fogo, e o segundo, exerce a fé de maneira sutil, indo aos cultos no templo semanalmente.
“As pessoas que vão à igreja regularmente não são apenas vistas como mais devotas, mas também são associadas a um conjunto de características como pró-sociais, focadas e moralmente fundamentadas. Elas são mais propensas a serem vistas como pessoas de boa ética de trabalho, que dão bons conselhos, são generosas e tem bom caráter”, comentou Eleanor.
Por outro lado, a ostentação dos rituais públicos feitos pelos hindus, como carregar vasos escaldantes, perfuração dos corpos com ganhos para ficarem pendurados, e até longos períodos de jejum causam a impressão apenas de grande resistência física, de acordo com a antropóloga.
“Um pequeno número de hindus tem seus corpos possuídos e se contorcem descontroladamente. Eles oferecem seu controle e sua consciência a uma divindade que de repente ‘vem’ para eles”, observa Eleanor. “Por outro lado, adorar em uma igreja ou um templo pode parecer um compromisso bastante trivial”, contrapôs.
A ideia de comunidade sempre presente e compromissada funciona como um atrativo da fé cristã: “Apesar de ser um ato sutil, as pessoas que vão à igreja fazem de sua adoração um marcador incontestável de devoção”, concluiu.