O pastor Mark Driscoll, que recentemente foi demitido da megaigreja Mars Hill –fundada por ele – falou pela primeira vez após sua saída definitiva da denominação.
Durante uma conferência realizada em Dallas pela Gateway Church – outra megaigreja dos Estados Unidos – Mark Driscoll foi recebido pelos organizadores e pediu orações por ele e sua família.
Antes do início da conferência, o antigo líder da Mars Hill comunicou aos organizadores que pretendia ir à conferência para assisti-la como um participante normal. O pastor Robert Morris, líder da Gateway Church concordou com o pedido de Driscoll e o recebeu no evento.
“Isso foi ótimo! O fato de ele só vir para ser ministrado é muito legal. Nós poderíamos crucificá-lo, mas como alguém já foi crucificado por ele… É muito triste [o fato de] que na igreja, nós sejamos o único exército que atira em nossos feridos. E eu gostaria que agíssemos de forma diferente”, afirmou Morris, segundo informações do Religion News Service.
Durante a realização do evento, Morris chamou Driscoll ao palco e ofereceu o microfone. “O que você quer que eu faça?”, perguntou Driscoll, antes de fazer uma piada sobre os riscos de “dar um microfone a um pregador que esteve fora por um tempo”.
Driscoll falou por aproximadamente três minutos, dizendo que estava orando para que Deus o mostrasse os “pontos cegos” de seu ministério e assim, o fizesse crescer como servo: “Há um monte de coisas que eu poderia dizer e que me fariam sentir-se melhor. Eu não sei se isso me faz parecer melhor, mas eu não acho que faria Jesus parecer melhor”, disse ele, dando a entender que tem queixas sobre o episódio que culminou com sua demissão da Mars Hill.
Em sua conclusão, Driscoll disse que precisou se mudar de casa três vezes para fugir do assédio de pessoas chateadas com o escândalo – que envolveu denúncias de plágio e desvio de recursos da igreja –, além de ter sofrido ameaça de morte e agressão física num dia em que, atendendo ao pedido dos filhos, “acampou” no quintal de sua casa com eles. “Acordei de manhã, cerca de 6:30, com pedras enormes do tamanho de bolas de beisebol voando sobre meus filhos”, lamentou o pastor.
“Eu chorei muito ultimamente. Tem sido uma temporada difícil para minha família”, afirmou. O assédio continuou com canais de TV usando helicópteros para conseguir imagens exclusivas, disse o pastor, relatando ainda que seu filho de oito anos de idade pensou que se tratava de uma invasão: “Ele não tinha nenhum conceito de cobertura da mídia. Ele pensou que eram bandidos vindo para matar sua família”.
O pastor Robert Morris comentou a fala de Driscoll dizendo que antes de sua demissão, ele vinha pregando até seis vezes por semana, o que pode tê-lo submetido a um grande stress, e acrescentou que se sentia feliz por ver que o colega estava procurando ajuda: “Eu estou feliz que ele esteja dizendo: ‘Ajude-me a aprender a fazer isto de forma diferente e melhor’”, concluiu.