Cristãos estão sendo identificados pelo Talibã através de vistorias em seus celulares. Pessoas que possuam o app da Bíblia Sagrada instalado são mortas a sangue frio. Líder de igreja local diz que os extremistas pretendem exterminar os seguidores de Jesus do país.
Militantes do Talibã estão até mesmo retirando pessoas do transporte público e matando-as no local se forem cristãs ou consideradas etnicamente “impuras”, de acordo com relatos feitos ao ministério de mídia SAT-7, que mantém programas evangelísticos transmitidos por satélite para a região.
“Estamos ouvindo de fontes confiáveis que o Talibã exige os telefones das pessoas e, se eles encontram um app da Bíblia baixado em seu dispositivo, eles o matam imediatamente”, disse o presidente do SAT-7 na América do Norte, Dr. Rex Rogers.
“É incrivelmente perigoso agora para os afegãos ter algo cristão em seus telefones. O Talibã tem espiões e informantes em todos os lugares”, acrescentou.
O terror se instalou de maneira imediata após a evacuação das tropas militares dos Estados Unidos, determinada pelo presidente Joe Biden. Dessa forma, os cristãos locais evitam se comunicar uns com os outros, e praticamente não têm sido realizados cultos no país.
“Por ser muito perigoso buscar a companhia de outros cristãos, muitos crentes afegãos estão totalmente sozinhos, sem nenhum outro cristão com quem conversar. Nosso diretor local me disse: ‘A maioria não ousa frequentar uma igreja doméstica. Eles estão sozinhos, com medo e olhando para nós. Somos o último recurso deles’”, explicou Rogers, de acordo com informações do Religion News Service.
Extinção
Um líder cristão afegão concedeu uma entrevista à emissora Christian Broadcasting Network (CBN News) e afirmou que a percepção dos fiéis a Jesus é que o Talibã atuará para eliminar o cristianismo do país.
“No momento, tememos a eliminação. O Talibã vai eliminar a população cristã do Afeganistão”, disse o fiel, identificado com o nome fictício de Hamid. “Não havia muitos cristãos 20 anos atrás, durante o tempo do Talibã, mas hoje estamos falando de 5 mil a 8 mil cristãos locais e eles vivem em todo o Afeganistão”, acrescentou.
Esse clima de morte certa não deve ser visto como uma reação exagerada, já que os métodos cruéis e intolerantes do grupo extremista muçulmano são conhecidos há décadas.
“Alguns dos crentes são conhecidos em suas comunidades, as pessoas sabem que se converteram do islamismo ao cristianismo e são considerados apóstatas e a pena para isso é a morte. O Talibã é famoso por executar essa punição”, contextualizou Hamid.
“Conhecemos um cristão com quem trabalhamos no norte, ele é um líder e perdemos contato com ele porque sua cidade caiu nas mãos do Talibã. Há três outras cidades que perdemos contato com nossos crentes”, exemplificou.
Antes do Talibã retomar o poder no país, a situação dos cristãos locais já não era fácil, uma vez que a Missão Portas Abertas classifica o Afeganistão como o segundo lugar mais hostil para um cristão viver, ficando atrás apenas da Coreia do Norte.