O GospelMais noticiou recentemente um acontecimento que provocou críticas no meio cristão, precisamente, a respeito do uso da inteligência artificial (IA) em substituição à pessoa real de um padre no confessionário de uma igreja católica de Lucerna, na Suíça.
Mais do que o fato da IA fazer alusão à figura de Jesus Cristo, cuja imagem é projetada em forma de holograma no confessionário experimental, as críticas se concentraram, também, na tendência de que esse tipo de ferramenta sirva para querer “atualizar” os ensinamentos da Bíblia sagrada.
Não se trata, contudo, da mera atualização de idiomas, mas do próprio conteúdo bíblico, possível devido às diferentes interpretações distorcidas da máquina. É no que acredita Joseph L. Kimmel, um estudioso do cristianismo primitivo e religião comparativa do Boston College.
Kimmel explicou que, por exemplo, certa vez observou que uma IA que representava Jesus “fez referência a interações passadas com os usuários, e matizou suas respostas de acordo, dizendo: ‘Eu recebi essa pergunta sobre o significado da Bíblia antes… mas à luz da pergunta que acabou de colocar, quero acrescentar que …”.
Isto é, o estudioso notou que a inteligência artificial fez um acréscimo de informação ao que já havia dito anteriormente, alterando o conteúdo da sua resposta. Esse tipo de reação é possível, segundo o The Christian Post, porque a IA é alimentada por diferentes fontes que não são, necessariamente, fiéis aos ensinamentos bíblicos históricos.
Criada pelo artista visual e pesquisador Aljosa Smolic em parceria com o engenheiro da computação Philipp Haslbauer, a IA instalada em Lucerna é só mais uma das invenções que trazem à tona o questionamento sobre os limites da utilização da tecnologia no meio religioso, sendo algo que já tem preocupado cientistas e líderes cristãos. Veja abaixo:
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