Existe um consenso entre os especialistas da área acadêmica que reconhece a impossibilidade de impedir o avanço tecnológico. Dentre eles está a Inteligência Artificial (IA), que tem causado preocupação em vários setores, inclusive no religioso.
O pastor Russ Ramsey, por exemplo, um historiador de arte amador que mora em Nashville, Estados Unidos, revelou estar bastante preocupado com os impactos que a IA poderá produzir na experiência de vida da sociedade, incluindo a cristã.
Isso porque, para o religioso, apesar da Inteligência Artificial poder facilitar as nossas vidas em muitos aspectos, especialmente no quesito da produção industrial, ela também poderá ser usada para fins nocivos, prejudicando o aspecto mais essencial da natureza humana, que são as emoções.
“Parte do que faz a arte que tanto vamos visitar em museus tão lindos é o conteúdo feito por alguém com alma, e alguém que experimentou sofrimento,” explica o pastor. “AI não sabe o que é sofrimento e AI não tem uma alma.”
Ele contextualiza: “Então tecnicamente — e até mesmo criativamente — podemos ver coisas [produzidas pela IA] que nunca teríamos imaginado ver antes, mas coisas que não vêm de alguém que chega a chorar”.
Esses conteúdos produzidos pelas Inteligência Artificial, continua o pastor, não vêm de alguém que “enterrou um ente querido. Não vem de alguém que foi pego em pecado e teve que se arrepender.”
Em outras palavras, para o pastor, até mesmo a experiência de fé pode ser prejudicada pela IA, se usada erroneamente, por exemplo, para substituir algo que só outro ser humano é capaz de produzir e compreender com base em sua natureza humana.
“E, nesse sentido, a minha preocupação é que, culturalmente, nos mudemos para um lugar onde nos normalizemos [conteúdos artificiais], evitando àquelas partes da experiência humana que realmente são parte integrante do crescimento espiritual”, conclui. Assista: