Uma eleição na Assembleia de Deus Missões (ADM), em Campo Grande (MS), terminou em confusão, com necessidade de intervenção da Polícia e até um pastor socorrido por sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
O tumulto no pleito que definiu a nova direção da ADM ocorreu em meio a uma polêmica de cunho pessoal envolvendo o pastor Antônio Dionizio. Em outubro passado, circulou um vídeo nas redes sociais em que, supostamente, ele tocava uma fiel de maneira inapropriada. Depois do escândalo, ele teria se divorciado e casado com a mulher das imagens, conforme informações do portal MidiaMax.
À época, o pastor Dionizio já comandava a ADM, cujo estatuto prevê que seus membros não podem cometer adultério, se divorciar ou casar novamente. Durante o período que antecedeu a eleição, o líder da igreja chegou a indicar um substituto para disputar o pleito em seu lugar, mas ao final, o candidato terminou sendo ele mesmo, que foi reeleito numa votação marcada por confusão.
O tumulto
A votação, realizada na última quinta-feira, 04 de março, foi marcada por relatos de fiéis que alegam terem sido agredidos por seguranças privados que foram contratados para a ocasião. Uma adolescente de 14 anos teria sido ameaçada pelos profissionais. Além de Dionizio, disputava o cargo o pastor Rudi Carlos, da chapa 02.
Membros cadastrados para votar acusaram a chapa 01, do pastor Antônio Dionizio, de impedi-los entrar no templo onde a votação foi realizada. Os seguranças teriam sido contratados pelo então pastor presidente, que terminou sendo reeleito.
A Polícia Militar enviou o batalhão de Choque para conter o tumulto que se formou após os seguranças contratados impedirem membros, que estavam inscritos para votar e possuíam a pulseira de identificação, entrarem no templo e registrarem seus votos.
Aproximadamente 300 integrantes da chapa 1 entraram por volta das 13 horas e teriam fechado o templo. Às 19h00, horário da votação, estima-se que Antonio Dionizio já estava reeleito junto com toda a mesa diretora. Os veículos de mídia locais relatam que aproximadamente 500 apoiadores da chapa 02 inscritos para votar ficaram do lado de fora e não puderam entrar para registrar o voto.
“Algo vergonhoso, a nossa chapa a Renova ADM Campo Grande, foi impedida de entrar, só poderiam entrar quem tivesse pulseiras e eu tenho a minha pulseira, não deixaram eu entrar, não nos permitiram entrar. Nós representamos a igreja que quer renovação. pastor Dionizio contratou diversos seguranças. Muita truculência, inclusive ameaçaram uma adolescente, de surrar ela se não saísse da porta”, lamentou o pastor Rudi Carlos.
Ele afirmou que acionará a Justiça, pedindo a anulação do pleito. O MidiaMax relatou que são várias as congregações integrantes da Assembleia de Deus Missão, e que o salário do presidente seria de aproximadamente R$ 40 mil.
AVC
Um vídeo publicado pelo portal Top MidiaNews mostra o cenário de tumulto e empurra-empurra do lado de fora do templo sede da ADM, e um homem sendo contido com uma chave de braço, popularmente chamada de “gravata”.
Do lado de dentro, um pastor da Assembleia de Deus Missão identificado apenas como Quevedo e integrante da chapa 01, passou mal.
Ele seria contrário às ações atribuídas a Dionizio e passou mal e foi socorrido pelo Resgate do Corpo de Bombeiros, que o levou ao Hospital Universitário, na capital sul-matogrossense. Após ser atendido, ele enviou uma mensagem de áudio onde dizia ter sofrido um AVC.