Uma organização fundada em 1976, denominada “Freedom From Religion Foundation”, entrou com uma ação judicial contra a prefeitura da cidade americana de Ozark, no estado do Missouri, pedindo a retirada de uma cruz localizada em um espaço público chamado Finley River Park.
O caso veio à tona próximo ao Natal, com a justificativa do órgão ativista, composto essencialmente por ateus, de que a Constituição Americana garante o direito à pluralidade religiosa e que, portanto, seria um desrespeito às outras religiões permitir a inclusão da cruz cristã no espaço público.
O prefeito da cidade, Rick Gardner, já havia comunicado que iria remover a cruz, mas após a pressão dos moradores, de maioria cristã, decidiu voltar atrás em sua decisão.
“Ouvimos os pedidos e concordamos com eles. Agora estamos avaliando todas as nossas opções para lidar com essa situação”, disse ele, segundo informações do portal Christian Headlines.
Gardner reconhece que o símbolo religioso não é apenas a expressão religiosa de um povo, mas também parte da identidade cultural da cidade, o que se distancia completamente de qualquer apologia do poder público à uma religião específica.
“Isso faz parte de Ozark. Este é um Condado cristão, pelo amor de Deus”, disse o prefeito em tom de preocupação, ciente de que a complexidade jurídica do caso pode exigir a intervenção de tribunais superiores. “A questão é constitucionalmente complicada e não deverá ser resolvida pela corte popular”.
Um dos moradores da cidade, Dana Carlo Preator, ressaltou o que parece ser um gesto de ativismo ideológico da Freedom From Religion Foundation, uma vez que a reclamação em relação à presença da cruz no espaço público não partiu dos moradores locais.
“Esta queixa é de fontes externas, de pessoas que nem sequer vivem em Ozark”, disse ele. Para Ian Brett Cooper, no entanto, a presença da cruz só deve ser tolerada em espaços particulares.
“Se as pessoas quiserem exibir cruzes, há muitas maneiras legais de fazer isso em propriedades privadas. Não há razão para forçar os cidadãos de um país secular a apoiar uma exibição ilegal em terras públicas”, disse Ian.