O ateísmo pressupõe a não existência de Deus. Eles são a minoria nos Estados Unidos, representando cerca de 11% da população total, estimada em 326 milhões de pessoas, segundo informações do Instituto Gallup. Isto significa que aproximadamente 290 milhões de norte-americanos acreditam em Deus.
Apesar disso, um ínfimo grupo de 27 ateus entraram com um processo na justiça americana, no 8º Tribunal de Apelações do Circuito dos EUA em St. Paul, Minnesota, pedindo a retirada da frase “Em Deus Nós Confiamos”, estampada em todas as cédulas de dólar.
O argumento mais irônico apresentado pelos ateus nesse quesito foi de que “definitivamente não confiam em Deus”, o que na prática significa uma contradição lógica, uma vez que se Deus não existe, não é possível lhe atribuir nenhum tipo de desconfiança.
Ou seja, o incômodo dos ateus quanto à frase nas notas de dólar parece mais uma reação contra a constatação de que Deus, de fato, existe, do que sobre a sua inexistência, fato esse que terminou resultando em uma derrota judicial por 3-0 na última terça-feira (29).
A Constituição garante o direito de expressão da maioria
“A Constituição não impede o governo de promover e ‘celebrar nossa tradição de liberdade religiosa'”, disse o juiz Raymond Gruender, explicando que a frase “Em Deus Nós Confiamos” reflete a crença dos 290 milhões de americanos que possuem o direito constitucional de querer essa expressão.
“Mesmo que os meios para fazê-lo — aqui, acrescentando o lema nacional ao dinheiro dos EUA — tenham sido motivados em parte por causa do sentimento religioso. Colocar ‘Em Deus Confiamos’ na moeda é consistente com as práticas históricas”, acrescenta o magistrado.
O juiz ainda classificou os argumentos dos ateus de “muito simplista”, pois eles desprezam a herança histórica e cultural da civilização americana. Ou seja, os símbolos religiosos e expressão de fé atribuídos a eles fazem parte do patrimônio cultural do país, de modo que negar isso é rejeitar a própria história.
“Este lema faz parte de nossa história, faz parte de nossa nação. Os princípios em que nos apoiamos e nossos antepassados foram em Deus em quem confiamos”, conclui Chris Walker, pastor do condado de Lake, segundo o Christian Post.
Aqui no Brasil um processo semelhante ocorreu na 10ª câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Para saber mais, clique aqui.