O caso aconteceu nos Estados Unidos, mais precisamente com a Polícia da Carolina do Sul, quando uma mulher ateia da cidade de Anderson reclamou do conteúdo bíblico contido em um livro chamado “A Time to Grieve” (Um Momento para Sofrer), enviado pelo Departamento de Segurança Pública a famílias que perderam entes queridos em acidentes e/ou violência.
Segundo informações do site Grand Haven Tribune, incomodada com o fato, a mulher entrou em contato com a Associação Humanista Americana para fazer a denúncia, alegando que a iniciativa viola a Primeira Emenda americana ao promover o cristianismo. A mulher não quis se identificar nem se manifestar publicamente sobre o caso, mas sabe-se que ela havia perdido o pai algumas semanas antes de receber o livreto.
O livro contém passagens bíblicas como a de Salmos: “Tem misericórdia de mim, Senhor, porque estou fraco, ó Senhor, cura-me, porque os meus ossos estão em agonia. Por quanto tempo, Senhor, por quanto tempo?”.
Segundo o diretor jurídico da Associação Humanista Americana, David Niose, esta é uma “clara cláusula de violação” a primeira emenda que regula a separação do Estado e a religião. Antes disso, porém, o Departamento de Segurança Pública da Carolina do Sul já havia se manifestado e dito que iria reconsiderar o fato, deixando de enviar as mensagens de apoio.
Na quinta feira, dia 12, a porta-voz de segurança do Estado, Sherri Iacobelli, divulgou uma nota oficial explicando a iniciativa, e lamentou o ato de “protesto” que partiu apenas de uma pessoa:
“Ao longo dos anos, alguns membros de famílias têm chegado ao departamento em busca de recursos, após colisões de veículos motorizados. Além de cumprir a nossa missão básica de investigar a colisão, as famílias das vítimas recebem um cartão com uma mensagem de reconforto, um folheto que fornece orientação sobre planejamento e considerações depois de uma perda súbita e o livreto ‘A Time to Grieve‘, que recentemente começamos a divulgar”
Para Sherri, apesar do livreto conter passagens bíblicas, ela acredita que o conteúdo principal possui informações valiosas sobre como lidar com o momento de luto; “Os livros foram escolhidos porque eles têm informações úteis sobre como lidar com uma perda e o que esperar do processo de luto, especialmente durante esse difícil primeiro ano após a tragédia”, contou em nota, onde também lamentou:
“Lamentamos que qualquer membro de alguma família teria entendido mal nossas intenções ou se ofendido pelo nosso esforço para oferecer compaixão durante um momento tão difícil”.
O diretor da Associação Humanista Americana comemorou a decisão e disse estar satisfeito com a conquista; “É o resultado que esperávamos”.