O deputado federal e ativista gay Jean Wyllys (PSOL-RJ) é conhecido por sua luta pela causa LGBT e por seus constantes embates contra a bancada evangélica no Congresso. Conhecido nacionalmente por ser o primeiro homossexual assumido no Congresso Nacional, o parlamentar concedeu recentemente uma entrevista onde revelou que não descarta a possibilidade de namorar uma mulher no futuro, que quer ser pai e que sente falta de ter um amor.
Durante uma entrevista à Revista Marie Claire, Wyllys comentou sobre seu trabalho como deputado, que tem foco principal na defesa dos direitos LGBT e outras minorias, e também tem forte apelo em bandeiras feministas Ele falou também sobre sua trajetória de vida, lembrando-se das dificuldades que passou na infância e sobre como se descobriu como homossexual.
Ao falar de sua relação com mulheres, ele afirma que sempre “fica” com mulheres em festas, mas que isso não faz com que ele seja heterossexual. O deputado afirma que, na adolescência, namorou duas mulheres que sabiam que ele era gay, e que não descarta a possibilidade de namorar outra mulher no futuro porque, segundo ele, “o amor faz coisas que até mesmo Deus duvida”.
– Namorei duas na adolescência e elas sabiam que eu era gay. Uma delas foi depois de me assumir, aos 16 anos, e a outra antes da minha primeira relação com homem, aos 19. Depois tive mais relações com mulheres, o que não faz de mim um heterossexual. A sexualidade é fluida. Sempre fiquei com mulheres em festas. A gente dança, conversa, abraça, beija e [estala os dedos] transa. Mas ciente da identidade de cada um. E não descarto a possibilidade de, no futuro, ficar com uma mulher porque o amor faz coisas que até mesmo Deus duvida – afirmou Jean Wyllys, ao falar de sua sexualidade.
Wyllys afirmou ainda estar solteiro porque até mesmo homossexuais assumidos não querem se relacionar com uma pessoa pública como ele. Ele afirma que compensa a solidão com relações sexuais sem compromisso e com masturbação.
Outro assunto abordado na entrevista foi a vontade de Wyllys de ser pai. Ele conta que tinha planos de ter um filho com uma amiga, mas que ela hoje é casada e constituiu família com outro homem. Ele afirma que hoje está na fila para adoção e que quando conseguir adotar uma criança irá dar uma pausa em sua vida atribulada para se dedicar a ela.
Sobre sua espiritualidade, Jean Wyllys afirmou que chegou a flertar com o ateísmo após deixar a igreja católica, mas que não conseguiu viver num “deserto de crença”. Ele afirma que exerce sua espiritualidade retirando “a face bélica e masculina do Deus judaico-cristão” e através do contato com o budismo e com religiões de matriz africana, sobretudo o candomblé.