A emissora cristã egípcia SAT7 teve seus estúdios invadidos e parte de seus equipamentos confiscados durante uma blitz do Departamento de Censura do Cairo.
O motivo da ação, de acordo com o Ministério Público do Egito, é que a emissora estaria transmitindo sem todas as licenças necessárias. O diretor da unidade da emissora no Cairo, Farid Samir, foi detido por seis horas enquanto eram realizadas as apreensões.
Equipamentos como câmeras, computadores de edição e outros itens necessários para transmissões foram confiscados.
Samir agora enfrentará quatro acusações de manter o canal em atividade sem as licenças adequadas. Segundo informações do Christian Today, a emissora, no entanto, argumenta que os documentos exigidos pelas autoridades não se referem ao escritório do Cairo, onde apenas são produzidos os programas. As transmissões, via satélite, são feitas de outro escritório, que teria as licenças exigidas pelas autoridades.
Em um comunicado, a SAT-7 afirmou que as apreensões foram “baseadas na falta de informações corretas” por parte dos agentes: “Até onde sabemos, não fizemos absolutamente nada de errado. Nós temos as licenças e aprovações apropriadas. Este é um mal-entendido mas, infelizmente, estamos sujeitos a isso”, afirmou o presidente da emissora nos Estados Unidos, Rex Rogers.
Enquanto a emissora aguarda o desenrolar dos fatos e o início do julgamento – que deverá acontecer nos próximos dias -, a autorização da emissora para transmissão está suspensa no Egito. No entanto, a emissora se mantém no ar para os demais países árabes com transmissões feitas a partir de Beirute, no Líbano.
Uma lei antiterrorismo aprovada recentemente ganhou ares de censura, de acordo com a imprensa egípcia, que vem expressando preocupação. Além disso, os cristãos são minoria no país, e vivem sob pressão de lideranças muçulmanas radicais, mesmo com a postura do atual presidente, Abdel Fattah el-Sisi, de incentivar o diálogo, a tolerância e o respeito à liberdade religiosa no país.