A rede de notícias britânica BBC publicou essa semana uma série de reportagens na qual fala do crescimento de igrejas voltadas para o público gay no Brasil. As reportagens mostram um panorama das chamadas “igrejas inclusivas” que” vêm crescendo a um ritmo acelerado no Brasil, à revelia da oposição de alas religiosas mais conservadoras”.
Intitulada “Desafiando preconceito, cresce número de igrejas inclusivas no Brasil”, a primeira reportagem da série cita um estudo que afirma que no Brasil já existem “pelo menos dez diferentes congregações de igrejas “gay-friendly”, com mais de 40 missões e delegações espalhadas pelo país”.
Uma das entrevistadas da BBC foi Lanna Holder, que antes pregava a cura da homossexualidade pelo Brasil e agora lidera, ao lado se sua companheira, Rosania Rocha, uma das mais conhecidas igrejas inclusivas do país, a Comunidade Cidade de Refúgio que, para atrair mais fiéis, realiza uma vez por mês uma festa de música eletrônica chamada “EletroGospel”.
A reportagem procurou também, para falar do assunto, o pastor Silas Malafaia, que afirmou que “segundo a Bíblia, homossexualidade é pecado. Na igreja evangélica, gay só entra caso queira se converter e, para isso, tem de se tornar heterossexual. É uma regra de Deus”.
A chamada da segunda reportagem da BBC trás uma frase do casal formado por Susane Borges, de 43 anos, e sua companheira Noemi Miranda, de 51 anos, na qual afirmam: “Vivíamos escondidas até encontrar igreja que nos aceitasse”. Frequentadoras da Igreja da Comunidade Metropolitana (ICM), em São Paulo, elas contam que começaram a frequentar a igreja após serem abordadas por um fiel da igreja durante a parada gay da cidade.
“Aqui, me sinto em casa. Não sou vítima de preconceito e ainda posso fazer novas amizades com outros casais homossexuais”, conta Susane.
A terceira reportagem conta a história da “Igreja Cristã Contemporânea”, fundada pelo carioca Marcos Gladstone, de 36 anos, junto com seu parceiro, Fábio Inácio, de 31 anos, em 2006. A igreja, segundo seus fundadores, prega “um discurso de tolerância” e é voltada predominantemente para o público gay.
A igreja fundada por Gladstone tem hoje cerca 1,2 mil fiéis e seis filiais espalhadas pelo Brasil, além da sede no Rio de Janeiro.
“Nosso trabalho é de aconselhamento. É muito importante que um jovem homossexual não se sinta sozinho mesmo quando a família não aceita sua orientação sexual”, afirma Gladstone.
Fonte: Gospel+