Os aspectos anticristãos do movimento Black Lives Matter vêm ficando cada vez mais evidentes conforme cresce a adesão de jovens aos protestos. A mais nova demonstração de intolerância é a tentativa de derrubar uma cruz instalada há mais de 50 anos no campus de uma universidade particular.
A faculdade New Hope Christian College, na cidade de Eugene, Oregon (EUA), se tornou alvo de ameaças de militantes do Black Lives Matter, que acusam a instituição de sustentar um símbolo racista: uma cruz erguida no campus.
A interpretação dos ativistas que se identificam como “antifa” (grupo que foi declarado como terrorista pelo presidente Donald Trump) é que a cruz seria um símbolo do movimento supremacista branco Ku Klux Klan. De acordo com informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), a faculdade nega o vínculo.
A reitoria da faculdade cristã usou as redes sociais para publicar que a cruz foi instalada no campus em 1964, e que as atividades racistas na cidade de Eugene ocorreram quatro décadas antes, nos anos 1920, sem relação com a instituição.
“A história da cruz e como ela veio para o nosso campus foi bem documentada ao longo dos anos, e não há evidências que tenha raízes diretas no racismo”, diz a nota. “Entre 1934 e 1964, cruzes de madeira foram exibidas no parque Skinner Butte. Essas cruzes não estavam associadas às atividades racistas da década de 1920, mas são símbolos poderosos de esperança situados na cidade de Eugene”, acrescenta.
Os manifestantes do grupo “antifa” recentemente queimaram Bíblias e uma bandeira dos Estados Unidos na cidade de Portland no último final de semana, em frente ao tribunal federal da cidade, segurando placas do movimento Black Lives Matter. A região vem enfrentando grande turbulência desde o início das manifestações, que foram motivadas pelo assassinato de George Floyd.
Recentemente, cristãos se reuniram na faculdade New Hope para orar, em meio às agitações sociais. Tim Ravan, do ministério Global Connectors, comentou a iniciativa dizendo que “sem intercessão nada acontece”: “Há um forte núcleo de pessoas defendendo o que é certo. Isso é assunto do reino e a igreja precisa ser desperta. Estamos em defesa da cruz”, enfatizou.
O pastor Wayne Cordeiro, presidente da faculdade, disse à CBN News que a presença de Deus era evidente na reunião de oração em torno da cruz: “Nós adoramos por duas horas em meio a tudo isso. Tínhamos uma equipe de segurança, a maioria de nós estava em adoração e louvor”.
Embora os ativistas não tenham vandalizado a cruz, o pastor Cordeiro disse que a faculdade “permanecerá vigilante caso os manifestantes voltem” com a intenção de vandalizar o monumento.
Monumentos
Os ataques a monumentos cristãos em nome do movimento Black Lives Matter foram incentivados por um dos mais conhecidos influenciadores digitais dos EUA, ligado à questão racial.
Shaun King, um formador de opinião que conduz um podcast e conta com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, usou o Twitter para pedir que os manifestantes vandalizem e destruam estátuas de Jesus que, em sua visão, representem a “supremacia branca”.
“Sim, acho que as estátuas do europeu branco que eles alegam ser Jesus também devem cair”, escreveu King. “Elas são uma forma de supremacia branca. Sempre foram”, acrescentou.
Por outro lado, o pastor Voddie Baucham Jr, negro, dirigente da Grace Family Baptist Church, em Spring, Texas, diz acreditar que o movimento Black Lives Matter, supostamente a título de combater o racismo, se tornou uma espécie de religião: “Jim Wallis escreveu um livro, e o título de seu livro era Pecado Original da América [Racismo, Privilégio Branco e a Ponte para uma Nova América]. Então, novamente, há conotações religiosas por lá”, exemplificou, referindo-se ao escritor, teólogo e ativista político de esquerda.
“O que me preocupa é que existem problemas reais. O racismo é real. Existe um verdadeiro mal. Existe um verdadeiro ódio. Existe uma verdadeira injustiça. E a resposta para essas coisas é um Deus que salva, através de Jesus Cristo. Essa é a nossa mensagem como cristãos, certo? Ou pelo menos deveria ser”, conceituou.