O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar sobre sua determinação em cortar financiamento de produções artísticas que atentem contra valores conservadores, e afirmou que não se trata de censura, mas sim de uma defesa da família e juventude.
Diversos cancelamentos de verba para produções artísticas, incluindo espetáculos teatrais, filmes e séries com temática voltada para a sexualidade estão sendo noticiados pelos veículos que formam a chamada “grande mídia”.
Em meio a isso, Bolsonaro declarou que sua determinação tem como propósito equilibrar a balança, uma vez que a mídia em geral dá pouco – ou nenhum – espaço para produções de cunho conservador.
“A gente não vai perseguir ninguém, mas o Brasil mudou. Com dinheiro público não veremos mais certo tipo de obra por aí. Isso não é censura, isso é preservar os valores cristãos, é tratar com respeito a nossa juventude, reconhecer a família”, disse o presidente no último sábado, 05 de outubro, durante sua participação por videoconferência de um simpósio conservador realizado em Ribeirão Preto (SP).
De acordo com a sucursal brasileira do portal progressista Huff Post, Bolsonaro voltou a prometer novas mudanças na área cultura, citando a Fundação Nacional de Artes (Funarte) a Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Em agosto, o governo suspendeu edital da Ancine envolvendo séries com temáticas de ideologia de gênero e sexualidade em geral, algo que gerou grande revolta em artistas.
“Fomos garimpar na Ancine filmes que estavam prontos para captar recursos no mercado. E outra, provavelmente esses filmes não têm audiência, não têm plateia, tem meia dúzia ali, mas o dinheiro é gasto”, disse o presidente à época.
A ideia de Bolsonaro para a Ancine envolve uma mudança radical de postura, pois ele gostaria que o presidente da agência fosse um evangélico que conseguisse recitar de cor “200 versículos bíblicos”, que tivesse os joelhos machucados de tanto ajoelhar e que andasse com a Bíblia debaixo do braço, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.