O tumulto da saída bombástica do ex-juiz Sérgio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública começa a ser dissipado pelo governo, e o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter para compartilhar um versículo que expressa sua fé de que tramas ocultas virão à tona nos próximos meses.
“‘Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos Daquele a quem havemos de prestar contas’ Hebreus 4:13 – Boa noite a todos!”, escreveu o presidente na última segunda-feira, 27 de abril.
Um inquérito proposto pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, foi acolhido pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A peça propõe a apuração das acusações feitas por Sérgio Moro em seu pronunciamento demissionário, e também a possibilidade de que o ex-juiz tenha cometido crime de denunciação caluniosa.
Uma das acusações feitas por Moro é que Bolsonaro teria, supostamente, tentado interferir na atuação da Polícia Federal, através da obtenção de informações de inteligência. O presidente respondeu que gostaria de trocar o diretor da instituição para que o contato pessoal fosse mais próximo e que seu pedido se dava no âmbito de suas atribuições como principal mandatário da República.
“A Polícia Federal, for força da Lei 9.883/1999 e Decretos 4.386/2002 e 9.881/2019, é parte do Sistema Brasileiro de Inteligência, que alimenta com informações o Presidente da República para tomada de decisões estratégicas. Uma coisa é pedir informações sobre inquéritos sigilosos em curso (o que nunca houve) e outra coisa ter acesso a conhecimento de inteligência produzido nos termos da Lei (o que sempre me foi dificultado)”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
Em seu pronunciamento à nação na última sexta-feira, 24 de abril, o presidente enfatizou que vinha expressando insatisfação com o posicionamento do então ministro diante da falta de informações de inteligência e que inquéritos importantes envolvendo seu nome não estavam apurando alguns aspectos do contexto, como no caso da tentativa de assassinato feita por Adélio Bispo de Oliveira, ou do porteiro do condomínio onde ele tem casa e que o acusou de receber os homens indiciados pelo homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Sobre o atentado no dia 06 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), o portal Renews divulgou que Luciano Carvalho de Sá, conhecido como Mergulhador, prestou depoimento à Polícia Federal na manhã da última segunda-feira, 27 de abril, e afirmou que Adélio mantinha ligações com o ex-deputado federal do PSOL, Jean Wyllys.
“Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos Daquele a quem havemos de prestar contas.” Hebreus 4:13
– Boa noite a todos! 🇧🇷
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 27, 2020
– Uma coisa é pedir informações sobre inquéritos sigilosos em curso (o que nunca houve) e outra coisa ter acesso a conhecimento de inteligência produzido nos termos da Lei (o que sempre me foi dificultado).
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 27, 2020