A religião não deve influenciar nas decisões de governo, segundo o entendimento da maioria dos brasileiros, aponta o instituto Paraná Pesquisas.
72,8% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa disseram que “a religião não deve influenciar as políticas adotadas pelo governo”. Outros 22,1% acreditam no oposto, dizendo que as decisões deveriam ter embasamento religioso, enquanto 5,1% não quiseram ou não souberam opinar.
O levantamento, realizado sob encomenda da revista Veja, vem num momento em que o presidente Jair Bolsonaro está prestes a indicar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O mandatário já deu declarações afirmando que sua escolha será de um jurista “terrivelmente evangélico”, e muitos apostam que o escolhido é o pastor André Mendonça, funcionário de carreira da Advocacia Geral da União (AGU), atual chefe da pasta.
O relatório da pesquisa indicou ainda que os maiores percentuais dos contrários à influência da religião em decisões do governo foram registrados entre os entrevistados têm ensino superior (75,8%), moradores do Sul (75,5%) e Sudeste (75,4%) e mulheres (74,2%).
Por outro lado, a maior fatia dos que entendem que a religião pode influenciar estão entre os moradores das regiões Nordeste (25,7%) e Centro-Oeste (25,7%), entre quem tem ensino fundamental (25,6%) e entre os homens (23,4%).
Sobre a indicação de um jurista “terrivelmente evangélico”, o Paraná Pesquisas diz que o critério religioso para a escolha do novo ministro não encontra respaldo na opinião pública: apenas 23,9% apoiam essa tese, enquanto 40,7% discordam e 28% se dizem indiferentes.
O perfil nesse ponto chama atenção: as maiores discordâncias foram registradas entre os jovens de 16 a 24 anos (44,7%), mulheres (44,5%) e moradores do Nordeste (43,2%). Já as maiores concordâncias estão entre os homens (28%), moradores do Norte e Centro-Oeste (27,5%) e quem tem o ensino fundamental (26,2%).