A ação do Estado Islâmico no Iraque alcançou níveis tão altos de violência que os cristãos de Nínive que sobreviveram ao massacre de limpeza étnica e religiosa se uniram em uma milícia para combater os terroristas.
Um grupo de 600 voluntários recebeu treinamento físico e militar do Exército iraquiano, e formou uma brigada de soldados exclusivamente cristãos.
De acordo com informações do G1, a brigada foi oficialmente reconhecida na última semana, e ficará sob o comando do governo do Curdistão, uma região autônoma do Iraque que também tem forças de segurança combatendo os terroristas do Estado Islâmico.
Na cerimônia de oficialização da brigada militar cristã, os soldados deram demonstração do treinamento recebido e saltaram sobre pneus em chamas diante de autoridades curdas e assírias na região de Fishkabur, no norte do Iraque.
“Uns 600 irmãos cristãos da planície de Nínive participaram da formação, que consistia principalmente de um treinamento físico, cursos de arte militar e exercícios de tiro. Todos os participantes são voluntários, querem libertar sua terra dos jihadistas e depois protegê-la”, resumiu o general Abu Baker Ismail, comandante da academia militar.
No Iraque, os cristãos são minoria da população, e a maior concentração de fiéis a Jesus Cristo estava nas cidades da planície de Nínive, uma região que vai desde a capital do Curdistão iraquiano, Erbil, até Mossul, segunda maior cidade do Iraque.
Chamada “Os Guardiães do Tigre”, a brigada militar ocupa uma antiga base de uma força assíria criada em 2004 para proteger as igrejas da região.
Essa é a primeira vez que os cristãos do país se organizam de maneira militar. Em 2003, quando os Estados Unidos invadiram o país, os cristãos adotaram uma postura de discrição, sem atrapalhar o trabalho dos soldados estrangeiros, e se mantiveram relativamente fora do foco da violência que ocupou o Iraque.