O deputado federal Cabo Daciolo (Avante-RJ) gravou um vídeo em apoio ao canal Porta dos Fundos, parabenizando o grupo de humoristas por seus 15 milhões de inscritos no YouTube. A repercussão nas redes sociais foi imediata e intensa, já que vários esquetes de humor do grupo demonstram desprezo e até desrespeito por crenças e tradições dos cristãos.
No vídeo, Daciolo surge de uma sala no fundo do Plenário da Câmara dos Deputados, e diz: “Glória a Deus! Porta dos fundos do congresso nacional”, fazendo alusão aos humoristas. Em seguida, diz que quer “apresentar algo para a nação brasileira e parabenizar alguns amigos, um canal”.
“Qual canal? O canal Portas dos Fundos, que vai completar agora 15 milhões de seguidores”, afirma o deputado, que foi candidato a presidente nas eleições de outubro e derrotado no primeiro turno. “Cheio de humor, cheio de graça, falando a verdade ao povo”, descreve Daciolo.
Do alto da galeria, Daciolo diz que se sente tentado a se inscrever no canal de humor: “Falam tanto das Portas dos Fundos que eu estou quase trocando o meu celular”. O deputado faz, então, um desafio: diz que jogará o celular no galeria abaixo, e se ele não voltar a funcionar, trocará de aparelho para adquirir um smartphone.
Daciolo joga o aparelho, que se parte em três. Quando remonta as partes, o celular liga e ele lamenta: “Voltou a funcionar, não vai ser desta vez. Parabéns canal Porta dos Fundos, juntos somos fortes, nem um passo daremos atrás e Deus está no controle”, conclui.
Rivalidade
A escolha de Daciolo em se tornar garoto propaganda do Porta dos Fundos é mais um episódio na rivalidade estimulada pelos humoristas através de esquetes agressivas em relação às crenças, costumes e tradições cristãs, sejam católicas ou evangélicas.
Um dos principais oponentes do grupo é o pastor Marco Feliciano (PODE-SP), que já moveu ações e discutiu publicamente com o ativista de esquerda Gregório Duvivier, um dos fundadores do canal.
Durante a reta final do primeiro turno das eleições, Cabo Daciolo acusou Feliciano e o pastor Silas Malafaia de serem integrantes da maçonaria. Sem tempo hábil de reagir à acusação, Feliciano disse que o vídeo do então candidato a presidente tirou-lhe muitos votos.
Passado o pleito, os dois discutiram na Câmara, e Marco Feliciano abriu representação no Conselho de Ética contra o colega parlamentar, por considerar a acusação sem provas um gesto de irresponsabilidade.