Uma dicotomia existente no meio evangélico envolvendo linhas teológicas frequentemente coloca irmãos na fé em pé de guerra, por isso o reverendo Augustus Nicodemus refutou a acusação de que o calvinismo seria uma doutrina do demônio.
Há duas linhas predominantes de interpretação sistemática das Escrituras no meio evangélico: o arminianismo, adotado pelas igrejas pentecostais e neopentecostais, e o calvinismo, adotado pelas igrejas que adotam a chamada “teologia reformada”, como a Igreja Presbiteriana e setores das Igrejas Batistas, dentre outras independentes.
O reverendo Augustus Nicodemus, pastor auxiliar na Esperança Bible Presbyterian Church, em Orlando, na Flórida (EUA), fez uma publicação no Instagram para explicar a origem da acusação de que o “calvinismo é coisa de demônio”.
“A acusação de que ‘o calvinismo é coisa de demônio’ é um mal-entendido comum e infundado, que não resiste a uma análise teológica cuidadosa. O calvinismo, fundamentado nas doutrinas elaboradas por João Calvino, enfatiza a soberania de Deus, a depravação total do homem e a graça irresistível, conceitos profundamente enraizados nas Escrituras”, introduziu o pastor.
De acordo com Nicodemus, “essa acusação surge de uma incompreensão ou distorção das doutrinas calvinistas, especialmente no que diz respeito à predestinação”, uma vez que o arminianismo rejeita a compreensão de que os salvos foram escolhidos por Deus desde antes da fundação do mundo.
“Aqueles que criticam o calvinismo dessa forma frequentemente desconhecem os fundamentos bíblicos e teológicos que o sustentam. Além disso, é importante ressaltar que ser calvinista não implica ser rude, intransigente ou arrogante, comportamentos contrários aos princípios do próprio calvinismo”, ponderou.
Outro ponto frequentemente criticado envolve questões ligadas ao que comumente é tratado como “profecia” nos tempos atuais: “João Calvino, assim como outros reformadores, estava ciente da existência de espíritos mentirosos e do constante esforço de Satanás para enganar as pessoas. Ele advertia contra ‘novas revelações’ que não provinham do Espírito Santo, mas de espíritos enganadores”, argumentou.
“Assim, o calvinismo sempre promoveu um retorno às Escrituras como a única fonte de verdade divina, rejeitando qualquer ensino que se desviasse dessa base”, finalizou Nicodemus.
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