A candidatura da missionária e ex-senadora Marina Silva à presidência da República em 2010 teria sido abastecida com dinheiro de corrupção, segundo delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS.
Em 2010, Marina Silva – à época no PV – disputou a presidência da República pela primeira vez, ficando em terceiro lugar com 20 milhões de votos, atrás de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
De acordo com informações do jornal O Globo, a OAS teria repassado valores de maneira ilegal para um suposto caixa 2 da campanha de Marina, a pedido de Guilherme Leal, então candidato a vice-presidente na chapa da ex-senadora e um dos donos da empresa de cosméticos Natura.
“O ex-presidente da OAS se comprometeu com os procuradores a falar do caixa dois que, segundo ele, irrigou a campanha de Marina Silva à Presidência em 2010. O pedido a Pinheiro foi feito por Guilherme Leal, um dos donos da Natura, candidato a vice-presidente de Marina naquela eleição. Alfredo Sirkis, ainda de acordo com a delação do ex-presidente da OAS, acompanhava Leal quando a negociação foi fechada. Oficialmente, ou seja, no caixa um, o TSE não tem registro de qualquer doação da empresa baiana para a campanha de Marina”, informou o jornalista Lauro Jardim.
Marina Silva se posicionou a respeito das acusações e negou que sua campanha tenha usado um fundo não declarado para custear a campanha eleitoral de seis anos atrás: “Não houve um real sequer em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado”, afirmou a ex-senadora em nota.
A respeito do então candidato a vice, Guilherme Leal, ela pontuou que o empresário “sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento de campanha teriam origem e uso inteiramente legais”.
Confira a íntegra da nota de Marina Silva sobre a acusação:
‘Todo apoio à Lava-Jato’
Recebi a notícia de que estaria sendo divulgada uma suposta menção a meu nome em delação premiada à força-tarefa que investiga a corrupção na Petrobras. Segundo essas fontes, dinheiro de uma empreiteira teria sido destinado ao “caixa dois” da minha campanha à Presidência, em 2010. Como ressaltou recentemente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “da esquerda à direita, do anônimo às mais poderosas autoridades, ninguém, ninguém mesmo, estará acima da Lei”. Por esse motivo, quero que as autoridades deem a devida atenção a essa acusação.
De minha parte, reafirmo que a Operação Lava Jato não pode sofrer nenhuma tentativa de interferência ou constrangimento para apurar denuncias de corrupção. Posso alegar que nunca usei um real sequer em minhas campanhas que não tivesse sido regularmente declarado. Guilherme Leal, que foi candidato a vice em minha chapa em 2010, sempre foi fiel ao compromisso ético e à orientação política de que todos os recursos de financiamento da campanha teriam origem e uso inteiramente legais e não acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins ilícitos.
Posso assegurar à opinião pública que, neste momento em que a sarjeta da política já esta repleta de denunciados, o melhor caminho é confiar no trabalho do MP e da Polícia Federal. Por isso, reitero meu apoio e confiança no trabalho da Justiça.