A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, não causou indignação e preocupação apenas no meio secular, mas também entre os líderes religiosos, entre eles o pastor Elizeu Dourado Lima.
O pastor fez uma pregação no último dia 10, intitulada “Vivamos a Justiça como Justos”, na Igreja Presbiteriana de Fortaleza, chamando a atenção dos fiéis para o estado de “caos” vivenciado no cenário judicial do país.
Citando a passagem de Mateus 5:17-20, o pastor contextualizou a sua fala no sentido de que a Justiça de Deus excede a dos homens, sendo necessário aos humanos atentar para o que o Senhor deseja em termos práticos e não meramente teóricos.
“Esse texto nos desafia, nos convida: vivamos a Justiça como os justos”, disse o pastor. “Nós estamos experimentando um caos na Justiça brasileira, que deveria defender os direitos e ensinar os deveres, mas o que nós temos experimentado é a decepção e a desilusão que cada vez mais nos surpreende. Eu nem sei se nos surpreende mais”.
O pastor lembrou que ao revogar a prisão em segunda instância, o STF se voltou contra a sua própria jurisprudência, baseada em um entendimento que já durava duas décadas e foi ratificado diversas vezes em outras instâncias judiciais, além da própria Suprema Corte.
“Por que no Supremo Tribunal Federal, que é o órgão máximo do poder judiciário, cuja missão principal é defender a constituição federativa do Brasil, magistrados agem de formas tão desencontradas e controversas, tratando da mesma situação e usando das mesmas leis? Como é que isto pode ocorrer?”, questionou Elizeu.
“Como é que nós podemos tratar de um assunto, se de repente, uma decisão é tomada desde a promulgação da constituição, por 20 anos entendida de uma forma, e de repente, numa semana – entenda bem, o pastor Elizeu não está aqui, defendendo um partido, nem citando nomes de A ou B – numa tacada, o Supremo resolve contrariar tudo aquilo que ele já havia decidido [?]”, observou o pastor, segundo o Guiame.
Por fim, o pastor Elizeu ressaltou que a justiça humana destituída de verdade aos olhos de Deus é inútil e não serve para nada, senão para descarte.
“Aquilo que é visto como medida de Justiça, aquilo que muitas vezes é evocado com as bravatas de quem realmente diz que entende, diante da palavra de Deus, se destituído da Justiça Divina, é comparado com o absorvente usado, porque o ‘trapo de imundícia’ é o absorvente da época”, disse ele.
Assista a pregação abaixo: