A Índia ocupa atualmente a décima posição na lista de países que mais perseguem os cristãos no mundo, segundo a organização internacional Portas Abertas. E não é por acaso, tendo em vista que a simples atitude de distribuir panfletos evangelísticos pode desencadear a fúria de alguns hindus, como testemunhou um casal cristão recentemente.
Este episódio ocorreu em 15 de setembro passado, quando Leo Johnson e Jenifa estavam nos arredores da área residencial do Castelo de Bombaim, em Nilgiris, no estado de Tamil Nadu, na Índia, distribuindo panfletos evangelístico nas casas.
“Não conversamos com pessoas sobre Jesus. Tudo o que minha esposa e eu fizemos foi distribuir os folhetos para as casas. Ninguém foi forçado a pegar a literatura”, disse Leo à CSW. Ou seja, eles nem estavam fazendo abordagens pessoais, mas apenas colocando as literaturas nas residências, quando foram confrontados de forma repentina.
O casal foi abordado por um homem que eles acreditam ser filiado ao partido nacionalista Hindu Munani. Outras pessoas estavam com ele no momento da abordagem. Eles ficaram acusando os cristãos de serem inimigos e fazendo ameaças de agressão, caso continuassem distribuindo os panfletos.
“Jenifa ficou aterrorizada com o incidente e começou a chorar. Não sabia o que fazer e para evitar mais assédio, submeti-me às exigências deles”, informou Leo, lembrando que ele e sua esposa foram obrigados à colocar cinzas em suas testas, coletadas em um templo hindu local.
“Isso não deveria ter acontecido conosco, já que a Índia deveria ser um país livre onde podemos praticar nossa fé”, destacou o cristão, afirmando que ele e sua mulher continuarão evangelizando, apesar das ameaças.
“Mesmo que tenha sido um momento humilhante para nós, como tudo aconteceu em uma área pública e com as pessoas assistindo os eventos se desenrolarem, continuaremos compartilhando nossa fé”, disse ele.
O chefe executivo da CSW, Mervyn Thomas, também destacou o incidente como um episódio de violação de direitos na Índia, já que a Constituição do país prevê a liberdade religiosa aos seus cidadãos.
“Estamos preocupados com este relatório das ameaças e intimidações às quais o Sr. e a Sra. Johnson foram submetidos, simplesmente por compartilhar sua fé. Isso nunca deve acontecer em um país como a Índia”, disse ele.
“A CSW insta as autoridades a pôr um fim à cultura de impunidade que cerca o comportamento ameaçador enfrentado por extremistas como esses homens, que não respeitam o direito constitucional à liberdade de religião ou crença de seus concidadãos”, conclui.