Ser cristão rendeu uma condenação à cadeia a um casal que vive no Irã. Além disso, outros dez membros da igreja em que congregam foram condenados a um ano de prisão.
A condenação imposta ao grupo de cristãos por um tribunal de Boushehr foi reportada por uma entidade de apoio aos seguidores de Jesus, chamada Article 18, segundo informações do portal pentecostal Charisma News.
O acusação feita contra os cristãos foi de “propagar contra a República Islâmica em favor do cristianismo”, e de acordo com o portal cristão Mohabat News, o casal também foi acusado de possuir “orientação para a terra do cristianismo”.
Jeff King, presidente da International Christian Concern, concedeu uma entrevista ao portal The Jerusalem Post confirmando que cada membro da congregação recebeu sentença de um ano de prisão: “Obter informações sobre as prisões de cristãos é incrivelmente desafiador, dada a natureza de forte censura do Irã”, pontuou.
“Com base nos casos que temos acompanhado, esta é a primeira vez este ano que vemos uma sentença de prisão sendo imposta com base na acusação de ‘inclinação para a terra do cristianismo’. Isso poderia ser interpretado como uma referência a Israel, o berço do cristianismo e também um país contra quem o Irã adotou uma postura muito agressiva”, acrescentou King.
No Irã, que é uma república islâmica e suas leis são baseadas na religião fundada por Maomé, o cristianismo é legalmente reconhecido, segundo o Relatório sobre Liberdade Religiosa Internacional do Irã de 2017, preparado pelo Departamento de Estado dos EUA.
A Constituição Iraniana permite que zoroastrianos, judeus e cristãos (excluindo os convertidos do islamismo) sejam as únicas minorias religiosas reconhecidas e autorizadas a formar sociedades religiosas e organizar cultos dentro dos limites do lei.
No entanto, a legislação proíbe – assim como a lei islâmica sharia – que um muçulmano se converta ao cristianismo, classificando a “apostasia” como crime. Na prática, apenas estrangeiros podem praticar o cristianismo no Irã.
A porta-voz da representação do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU), fez uma declaração negando a perseguição religiosa: “O Irã não discrimina nem persegue nenhuma minoria religiosa reconhecida […] incluindo a grande comunidade cristã dentro do Irã, que são livres para adorar nas muitas igrejas que podem ser encontradas em todo o Irã”, alegou Alireza Miryousefi.