A luta de uma família para manter sua fé cristã está sendo fortemente reprimida em Cuba, após um casal de pastores se recusar a matricular o filho na escola pública do país, devido ao ensino baseado nos preceitos do socialismo e do ateísmo.
O pastor Ramon Rigal e sua esposa, Ayda Expósito, foram presos na baía de Guantánamo este mês de abril, segundo informações da organização britânica Christian Solidarity Worldwide (CSW).
O motivo da prisão foi porque o pastor e sua esposa quiseram ensinar seu filho em casa, já que o currículo das escolas públicas em Cuba é elaborado com base na ideologia socialista, tendo o ateísmo como um dos princípios.
“O promotor indicou que a educação em casa ‘não é permitida em Cuba porque tem uma fundação capitalista’ e que apenas professores [do governo] são preparados ‘para instilar valores socialistas’”, informou a jornalista Yoe Suarez do jornal Diário de Cuba.
Caso Ramon e Expósito sejam condenados e permaneçam na prisão, o filho deles poderá ficar sob o domínio do governo comunista cubano, tudo o que eles não queriam.
“Estamos profundamente preocupados com o julgamento sumário de Ramon e Ayda e a perspectiva de que ambos possam estar enfrentando uma pena de prisão significativa, deixando seus filhos nas mãos do governo cubano”, disse Anna-Lee Stangl, chefe conjunta da Advocacia da CSW.
O uso da educação pública como ferramenta de doutrinação ideológica é uma prática comum nos regimes autoritários, e essa é a razão pela qual a proibição do ensino domiciliar existe nesses países, uma vez que isso implicaria na liberdade dos pais em poder orientar livremente seus filhos, sem a influência do governo.
“Numerosos grupos religiosos, incluindo a Igreja Católica, levantaram repetidamente a questão da falta de opções em Cuba quando se trata de educação primária e secundária, especialmente para pais que não querem que seus filhos sejam ensinados por um currículo que promove agressivamente o ateísmo”, destaca Anna.
Anna fez um apelo ao governo cubalo pela liberdade dos pastores, assim como pela possibilidade de que os pais possam ensinar seus filhos em suas casas, sem a interferência do governo.
“Pedimos ao governo cubano que liberte Ramon e Ayda e garanta que todas as crianças em Cuba possam estudar livres de assédio, independentemente das crenças religiosas de sua família”, conclui, segundo o Christian News.
Assista o vídeo onde os pastores fazem um apelo à população: