A Igreja Católica poderá adotar mudanças significativas em relação aos casais divorciados e gays, caso a recomendação dos bispos que participam do sínodo extraordinário sobre família seja adotada.
O relatório divulgado pelo Vaticano diz que os bispos propõem que a Igreja Católica acolha os homossexuais e reconheça que eles têm “talentos e qualidades para oferecer à comunidade cristã”.
“Será que somos capazes de receber essas pessoas e garantir que elas terão um espaço fraterno em nossas comunidades?”, questiona o documento divulgado pelo Vaticano. No entanto, o texto também frisa que a união homoafetiva não pode ser equiparada ao casamento entre um homem e uma mulher, segundo informações do G1.
Além disso, os bispos propuseram que os divorciados que se casam de novo sejam integrados novamente à rotina da Igreja, tendo permissão para comungar com os demais fiéis e participar das homilias.
De acordo com a BBC, o papa Francisco tem apoio entre os bispos para implementar essas mudanças na doutrina católica sobre família. Nas reuniões, o pontífice tem enfatizado que é preciso se concentrar nos “aspectos positivos, e não negativos, da sexualidade humana”.
A postura do papa sobre os homossexuais é conhecida desde 2013, quando afirmou a jornalistas, que acompanhavam sua visita ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, que “se uma pessoa gay busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”.
Parte dos sacerdotes que participam da 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família é ligada à ala mais conservadora da Igreja Católica, e considerou o relatório que abre mais espaço para os homossexuais como uma “traição”, e promete dificultar a aprovação das mudanças na doutrina.