O avanço progressista do papa Francisco sobre a Igreja Católica ganhou um novo capítulo nessa segunda-feira, com a divulgação de uma decisão do Vaticano de autorizar a bênção às uniões entre pessoas do mesmo sexo.
“Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo?”. Com essa frase, em julho de 2013, o papa Francisco indicou que agiria de forma ostensiva para que o Vaticano mudasse seu posicionamento sobre o assunto. Nesta segunda, 18 de dezembro, essa mudança se tornou ainda mais evidente.
Desde o começo de seu pontificado, Francisco tem feito acenos à comunidade LGBT, e recentemente alguns movimentos mais radicais foram feitos de forma direta e indireta: autorizou batismos de pessoas trans, declarou que a “Igreja é uma mulher”, demitiu um bispo conservador que o criticava e determinou o despejo de um cardeal do Vaticano pelo mesmo motivo.
Agora, o Vaticano anunciou que passará a permitir que padres celebrem uniões de pessoas do mesmo sexo, e que a decisão contou com a anuência do papa Francisco. A medida, que vai contra o que diz a própria doutrina da Igreja Católica, gerou enorme repercussão.
Na decisão, o Vaticano diz que os padres não podem impedir “a entrada (em igrejas) de pessoas em qualquer situação em que possam procurar a ajuda de Deus através de uma simples bênção”, mas resguardou o direito dos sacerdotes de se negarem a celebrar a cerimônia.
De forma confusa, o documento afirma que a Igreja Católica continua a considerar a união entre pessoas do mesmo sexo um ato “irregular” e que a doutrina não mudou, mas afirmou também que a autorização de bênçãos é um “sinal de que Deus acolhe a todos”, segundo informações do portal G1.