O escritor Paulo Coelho, reconhecido como o escritor brasileiro mais lido de todos os tempos, concedeu recentemente uma entrevista ao Bom Dia Brasil, da Rede Globo, na qual falou sobre sucesso, fracasso, mágoas, da misteriosa doença no coração, revelada há alguns meses. Ele falou também das polêmicas que relacionam seu nome à bruxaria, sobre a qual afirma: “Tenho um pacto com Deus”.
Ao receber a equipe de reportagem em seu escritório, o escritor fez questão de ressaltar que, mesmo lendo muito, não tinha livros à mostra, por não considerar a posse de livros como uma manifestação de status.
– Eu leio muito, mas não considero livro uma manifestação de status. Ou seja, não tenho uma vasta biblioteca aqui para mostrar a você e seus telespectadores que eu sou uma pessoa culta – afirmou o escritor.
Além de não ser apegado à posse dos livros, Paulo Coelho é também ligado à novas tecnologias, como os e-books, livros eletrônicos que estão ganhando espaço no mercado com a popularização dos smartphones e tablets.
– No fundo, o escritor é aquele que tem algo para passar através da palavra escrita e vem passando através do livro, passou para o livro eletrônico e do livro eletrônico começamos a ir além. E podemos ir para um Twitter, para um Facebook, para um blog – declara.
Ele falou também sobre como escreveu seu último livro: Manuscrito Encontrado em Acra, lançado há um mês – e já na lista dos mais vendidos.
– O livro é um catalisador. O livro é aquilo que provoca dentro de você uma reação. A diferença do Manuscrito Encontrado em Acra, foi um livro que, quando eu escrevi, escrevi em 15 dias – conta.
– Isso é uma coisa que eu aprendi na música. Todas as músicas que deram trabalho não fizeram sucesso. Todas as músicas que escrevi em cinco minutos foram os grandes sucessos – completou o escritor, que fez história também como compositor, tendo grandes sucessos reconhecidos na voz de Raul Seixas, como “Sociedade Alternativa”, “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Rock do Diabo”.
– Todo livro que dá muito trabalho é que ainda não está maduro dentro de mim. Há uma fórmula para os meus livros, sim. Não use fórmulas. Imagine, se eu usar uma fórmula nunca vou poder escrever Onze Minutos, um livro sobre prostituição – explica.
Relatos sobre Paulo Coelho, contam que ele teria tido experiências com sociedade secretas e ligações com religiões orientais, e suas obras sempre trazem algo a respeito do mundo da magia e da religiosidade.
Conhecido como “mago”, ou até mesmo “bruxo”, Paulo Coelho falou sobre as críticas, que afirmam que seu sucesso é resultado de bruxaria, boas traduções, misticismo e autoajuda. Sobre a bruxaria, o escritor afirma que tem um “pacto com Deus”.
– As boas traduções? Isso eu já ouvi. Ninguém pegaria um livro mal escrito e traduziria bem. A bruxaria? Eu tenho um pacto com Deus, feito do fundo do meu coração. Eu peço a Deus que ele jamais me deixe desviar do meu caminho. Até agora, eu não me desviei pacto está assumido e, se Deus quiser, eu serei capaz de honrá-lo até o final – afirma.
Sobre a cirurgia pela qual passou recentemente, devido a problemas cardíacos, o escritor afirma: “A morte é minha amiga. Não foi a primeira vez que andei perto da morte. Foi a primeira vez que andei publicamente perto da morte”, conta.
– Manoel Bandeira tem um lindo verso sobre a morte que eu uso no Manuscrito de Acra. Não uso morte, uso ‘a indesejada das gentes’, em homenagem a esse poeta – completa o escritor.
Redação Gospel+