Uma conselheira bíblica publicou um artigo para abordar um tema muito pertinente para o contexto atual, explicando o que significa ser uma “influencer poderosa”, ou seja, alguém com bastante poder de influência, mas à luz da Bíblia.
Cristina Bui Mello, membro da Union Church, no Rio de Janeiro, atua no ministério cristão no aconselhamento bíblico pela ABCB (Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos), desde 2019.
Em seu artigo publicado recentemente, ela traça um paralelo entre a preocupação das mulheres com a vestimenta e o significado que isso possui em termos de influência social.
“A Bíblia usa muito a figura ‘do andar, da caminhada’, para se referir como a gente se conduz ao longo da vida”, diz a autora, explicando o motivo do trocadilho feito com a escolha de sapatos por parte das mulheres.
“Como você seria definida em sua caminhada com Cristo, através da estrada da sua vida, que vai do nascimento até a morte? Por que isso é importante?”, questiona Cristina, apontando que atualmente muitas pessoas estão sendo condicionadas a se mover por “likes”.
Neste sentido, tornar-se uma influencer poderosa, segundo Cristina, é viver em busca de uma aceitação artificial por parte do mundo, através das redes.
“Nossa identidade importa em buscar aplausos e ser aceita pelos outros. Usamos recursos da beleza, da imagem. Nunca se falou tanto em construir uma imagem, passar uma imagem positiva para as pessoas”, diz a conselheira. “Também tem a indústria milionária farmacêutica por trás disso – sempre perseguindo o padrão inatingível.”
Ajustando o foco
Para Cristina, o desejo de ser uma influencer poderosa de acordo com os padrões do mundo tem coisificado a própria vida, nos tornando mais suscetíveis às frustrações e aos problemas, já que o foco de autorealização está errado.
“Buscamos em coisas e pessoas aquilo que somente Deus pode nos dar. A Bíblia chama isso de idolatria. Fazer Ídolos – essa é a maneira que encontramos para tentarmos lidar com nossos pecados e nos sentirmos seguros, satisfeitos, preenchidos, aceitos, amados”, diz ela.
Cristina, por fim, explica que que ser uma cristã influencer poderosa tem a ver com está segura de si mesma quanto ao propósito de Deus em sua vida, pois isso irá se refletir naturalmente em seus posicionamentos no mundo; na escolha dos seus sapatos!
“O ideal da nossa cultura é a mulher que faz barulho, sexy, egocêntrica, no controle. A Bíblia nos dá exemplo de mulheres verdadeiramente empoderadas, que exerceram influência sobre outras pessoas e Deus foi escrevendo a história através delas. Algumas delas – todas são pecadoras! – apresentam falhas de caráter e a Bíblia não se preocupa em esconder isso”, explica Cristina.
A autora cita nomes como Sara, Rebeca, Raquel, Raabe, mulher de Jó, Rute, Esther, Dalila e Abigail para ilustrar como a “influencer poderosa” na Bíblia eram pessoas comuns, mas que de alguma forma foram instrumentos de cumprimento dos desígnios de Deus.
“Para cumprirmos nosso papel, somos chamadas a voltar a andar com Deus e assumirmos nossa verdadeira feminilidade”, diz a autora no seu artigo para o Voltemos ao Evangelho.
“Resolvemos comprar a proposta de sermos a réplica barata que o mundo oferece. Felizmente em Tito 2 vemos um retrato contracultural da mulher cristã – uma mulher que honra a Deus e reflete o coração de Cristo. Essa lista mostra nossa natureza, como foi desenhada, projetada para ser”, conclui Cristina.