Um conselho de escolas públicas decidiu fechar uma escola cristã associada que já vinah sendo censurada por publicar de textos bíblicos no manual do aluno. O caso está repercutindo e uma ação na Justiça tenta impedir que a decisão seja levada adiante.
A Divisão Escolar Battle River (BRSD) votou por unanimidade no dia 26 de abril para encerrar sua parceria com a Cornerstone Christian Academy (CCA) de Camrose, na província de Alberta, Canadá. O conselho quer se separar da escola ao final do ano letivo, segundo informações do Life Site News.
A CCA Society está buscando uma liminar contra o fechamento da escola, e haverá uma audiência no dia 19 de maio. A CCA é dona do prédio da escola, mas os professores são funcionários da BRSD, e grande parte do equipamento escolar pertence ao conselho.
As relações entre a escola e o conselho escolar ficaram tensas no ano passado, quando o conselho ordenou que a escola não publicasse certos textos das Escrituras Cristãs. Ele também disse que os estudantes não poderiam ler ou estudar “qualquer escritura que pudesse ser ofensiva a indivíduos particulares” e que contraria a legislação de Direitos Humanos de Alberta.
Os textos que alarmaram os conselheiros estavam no manual de pais e alunos da escola. Alguns dos versos bíblicos incluíam advertências contra as escolhas de estilo de vida consideradas pecaminosas, como por exemplo, o adultério, a fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões e heresias.
Depois que a CCA concordou em remover as passagens bíblicas “ofensivas” do manual de pais e alunos, os conselheiros da BRSD exigiram que elas fossem erradicadas de qualquer lugar da escola. À época, o Centro de Justiça para Liberdades Constitucionais (JCCF), que representa a escola, disse que a tentativa do conselho de proibir as Escrituras era contrária ao acordo entre as partes, já que a BRSD havia prometido não “tentar mudar a natureza essencial do programa da CCA”.
Este ano, James Kitchen, do JCCF, disse à CBC que a Lei Escolar de Alberta permite que escolas cristãs existam como parte dos conselhos de escolas públicas em Alberta. “Os pais têm o direito […] de educar seus filhos como bem entenderem, e os pais têm o direito de se associarem para desenvolver instituições religiosas, instituições educacionais religiosas”, disse ele.
“Essas escolas não só podem existir como escolas independentes em Alberta, elas podem existir como programas alternativos sob a Seção 21 da Lei Escolar e fazer parte de divisões de escolas públicas, como Battle River”, acrescentou Kitchen.
O presidente do conselho escolar, Kendall Severson, manteve sua posição e afirmou que a divergência bíblica havia sido resolvida e que a questão intransponível era a incapacidade da BRSD e da CCA de chegar a um acordo sobre seu relacionamento. “Eu acho que foi a falta de vontade de trabalhar juntos para um protocolo de comunicação sobre como nos comunicamos uns com os outros e lidar com os problemas que surgem”, afirmou.
“Não podemos trabalhar em conjunto com uma organização que tenha ação legal contra nós e que não esteja disposta a se unir e trabalhar em um acordo”, acrescentou.
No entanto, a presidente da CCA, Deanna Margel, indicou que a tentativa da diretoria da escola de censurar as Escrituras Cristãs ainda estava no cerne da questão, e pontuou que há um mal-entendido na cultura atual sobre o que a fé realmente significa: “O que está acontecendo na escola é uma boa oportunidade para as pessoas discutirem suas ideias diferentes e falarem sobre como lidamos com essas coisas”, disse Margel.
Margel disse à LSN em junho passado que até a BRSD ter discordado do manual de pais e alunos da CCA, as duas entidades tiveram um bom relacionamento. “Se você tivesse me perguntado sobre o nosso relacionamento com a BRSD dois meses atrás, eu teria lhe dito que tem sido bastante positivo”, disse ela.
“Eu realmente gostei de poder ligar e pedir conselhos ou orientações ao trabalhar em vários assuntos que nosso conselho de voluntários tem pouca experiência”, continuou Margel. “Oramos para que eles retratem esta declaração e que possamos voltar a nos engajar em um diálogo construtivo com o objetivo de compreensão mútua e apoio mútuo. Afinal, temos o mesmo objetivo – dar às crianças uma ótima educação em uma comunidade segura e solidária”.
Como atende a cerca de 100 famílias, com 170 alunos, CCA pretende reabrir a escola como uma unidade particular se a Justiça não se decidir a seu favor, já que atua desde 1989.