A repulsa gerada na sociedade por conta da exposição Queermuseu levou o Banco Santander a cancelar o patrocínio à mostra e anunciar que irá devolver à Receita Federal o valor usado através da Lei Rouanet, que funciona como um mecanismo de incentivo à cultura.
A exposição “Queermuseu – cartografias da diferença na arte da brasileira” reuniu obras de 85 artistas no museu de Porto Alegre, incluindo Alfredo Volpi e Cândido Portinari, artistas mundialmente conhecidos. No entanto, a apologia à pedofilia, zoofilia e o escárnio com a fé cristã por parte de artistas menores – e do curador Gaudêncio Fidelis – repercutiram negativamente.
A exposição, inaugurada no dia 14 de agosto, tinha previsão de ser mantida aberta até 08 de outubro. O cancelamento da mostra por parte do banco foi alvo de reclamações de militantes de esquerda, que defendem a ideologia de gênero pregada em algumas das obras expostas, e incentivam a “diversidade sexual”, mesmo que isso se traduza em abusos infantis e de animais.
O repúdio à exposição surgiu quando vídeos de quadros pintados por Adriana Varejão e Bia Leite repercutiram nas redes sociais, com imagens sexuais entre pessoas e animais e orgias, além de uma pintura de duas crianças com as frases “criança viada deusa das águas” e “criança viada travesti da lambada”.
Um dos principais catalisadores dos protestos foi o Movimento Brasil Livre (MBL), que destacou o fato de que a exposição era “direcionada para alunos de escolas públicas e privadas”. O movimento social em reprovação se tornou tão forte que o Santander recuou, cancelando a exposição e anunciando a devolução dos valores obtidos junto ao governo, segundo a Folha de S. Paulo.
O curador da exposição, Gaudêncio Fidelis, queixou-se da postura adotada pelo banco depois da repercussão negativa: “O Santander infringiu as regras mais básicas de direito, de respeito e de consideração aos artistas presentes, sem inclusive consultar a curadoria e sem considerar que estávamos realizando um trabalho de construção de conhecimento”, alegou.