Uma criança de quatro anos de idade que se identifica como transexual tornou-se a pessoa mais jovem a decidir fazer uma cirurgia de troca de sexo e começou a transição antes de seu primeiro dia no jardim de infância.
A criança, que não foi identificado para fins de privacidade, é parte do programa Escolas Seguras da Austrália e espera para completar a transição de gênero no próximo ano. No entanto, os psicólogos têm questionado se a idade pré-escolar não é muito precoce para uma transição de gênero, de acordo com o Daily Telegraph.
O Departamento de Educação do país não quis revelar se a criança nasceu um menino ou menina, mas informou que centenas de outras crianças e seus pais têm procurado o conselho da unidade de identidade de gênero procurando informações.
O site do jornal Daily Mail informou que casos semelhantes estão cada vez mais frequentes. Um Hospital Infantil de Sydney teve pacientes no seu departamento especializado que se identificavam como sendo do gênero triplo.
“Temos um número de estudantes que estão passando por uma transição de gênero em nossas escolas, com o mais jovem sendo um de quatro anos de idade, no momento”, afirmou Gregory Prior, vice-secretário de operações escolares do Departamento de Educação.
No entanto, 250 crianças – algumas com apenas três anos de idade – fizeram cadastro com a unidade de identidade de gênero no Hospital Real Infantil de Melbourne. Até 10 anos atrás, esse hospital só havia registrado um caso de criança que se identificava com o gênero oposto ao que nasceu.
“Há uma enorme diferença entre os que se vestem diferente do gênero e uma criança acreditando com cada fibra do seu ser que eles estão no corpo errado”, disse psicólogo infantil Michael Carr-Gregg The Daily Telegraph.
A ativista defensora de transgênero Catherine McGregor considerou preocupante que uma criança de quatro anos tome uma decisão “irreversível”.
Por outro lado, a pastora lésbica Susan Palmer, líder da Open Door Community of Christ, em Cranebrook – uma igreja adepta da teologia inclusiva -, demonstrou ser favorável à facilitação para que crianças façam cirurgias de mudança de sexo.
“Conheço pessoas que fizeram a mudança, e eles já sabiam desde muito cedo na vida que algo não estava bem, e era como se sua mente e corpo não fossem iguais”, afirmou Susan. “Mas é realmente importante para as crianças a ter essa liberdade para explorar por si mesmos, em vez de ter pessoas ao seu redor cercando-os ou empurrando-os”, acrescentou.
No final, Susan adota uma postura de total ausência de cautela, alegando que é preciso abrir oportunidades para que elas sejam o que quiserem: “Uma criança é fortemente influenciada por seus cuidadores, seus pais, e eu sei que os pais podem ser excessivamente preocupados e podem realmente coagir ou influenciar as crianças quando o que eles estão fazendo é apenas explorar algo que não está em algum lugar que elas realmente queiram ser influenciadas”.