O pastor Marcos Pereira foi acusado pelo Ministério Público (MP) de desmatar uma área equivalente a 11 campos de futebol numa área de preservação ambiental chamada Reserva Biológica Tinguá, onde a Fazenda Vida Renovada está localizada.
A propriedade pertence à Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), denominação liderada por Marcos Pereira. O desmatamento teria acontecido para permitir a construção de um heliporto e uma casa na fazenda.
O procurador Renato Machado afirmou em sua denúncia que a obra foi realizada em 2004, mas a reserva ambiental existe desde 1989. Em sua defesa, Pereira afirmou que os danos ambientais já existiam antes da compra do imóvel pela ADUD, mas testemunhas do inquérito desmentiram as afirmações.
A obra não chegou a ser concluída, pois foi embargada. O heliporto ficaria no topo de um morro, que teve a característica natural modificada, com um corte que serviria para o pouso das aeronaves.
Caso seja condenado, o pastor Marcos Pereira pode ser sentenciado a pena que varia de 1 a 5 anos de prisão, e mesmo sendo uma pena pequena, ele não poderá ser beneficiado com dispositivo “suspensão condicional do processo”, pois está cumprindo pena por estupro de fiéis da ADUD.
Já a ADUD, que também foi denunciada pelo procurador, poderá ser beneficiada com a “suspensão condicional do processo” caso recupere as áreas degradadas da reserva. O Ibama já multou a denominação em R$ 150 mil pelo desmatamento não autorizado.
“Ainda que pudesse haver dúvidas dos réus sobre os exatos limites da reserva, verificou-se que foi desmatada área de preservação permanente. Foram causados danos ambientais que configuram crimes, ainda que se considerasse a área como fora da reserva”, comentou o procurador.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+