O caso aconteceu nos Estados Unidos, com a florista de 72 anos Barronelle Stutzman, proprietária da Arlene’s Flowers em Richland, Washington. Por não concordar com a iniciativa do casamento gay, Stuzman que é profissional liberal, se negou a fazer a decoração de flores para Rob Ingersoll e Curt Freed, muito embora já tivesse prestado serviços para Rob por 10 anos e o considerasse um dos melhores clientes. Mesmo assim, os dois homossexuais resolveram processar Stutzman em 2013 por suposta “discriminação”, conforme uma lei estadual resumida na sigla “WLAD”.
Em 2015 o Tribunal Superior do Condado de Benton condenou Stutzman a pagar a quantia de 1.001 dólares, além dos honorários advocatícios que Rob e Curt gastaram durante o decorrer do processo contra ela. Porém, acreditando na revogação da punição por já ter prestado serviços a Rob, Stuzman apelou para a Suprema Corte de Washington, mas sem sucesso. Ela perdeu a causa por unanimidade.
O juiz Sheryl Gordon McCloud, um dos julgadores do processo, considerou que a lei WLAD não viola os direitos constitucionais de Stuzman com respeito sua fé, poque não lhe obriga a proferir discursos favoráveis ao casamento gay, nem se associar a sua prática. Isto é; os magistrados, ao que parece, ignoraram o fato de que a decoração da cerimônia está diretamente associada a realização da mesma, o que implicaria na colaboração para algo que conceitual e religiosamente vai de encontro ao entendimento de Stuzman.
“…afirmamos que a WLAD pode ser executada contra Stutzman porque não infringe qualquer proteção constitucional. Como aplicada neste caso, a WLAD não obriga discurso ou associação (…) o WLAD não viola seu direito ao exercício livre religioso sob a Primeira Emenda ou artigo I, seção 11, porque é uma lei neutra e geralmente aplicável, que atende ao interesse imperativo de nosso governo estadual na erradicação da discriminação em acomodações públicas”, disse ele em comunicado, segundo o The Christian Post.
Por outro lado, o grupo que representa a defesa de Stuzman, afirmou que vai apelar para a Suprema Corte Americana, por acreditar que o Estado não pode obrigar cidadãos livres a prestarem serviços que contrariam sua liberdade de expressão:
“Em uma América livre, pessoas com crenças diferentes devem ter espaço para coexistir. É errado que o Estado force qualquer cidadão a apoiar uma visão particular sobre o casamento ou qualquer outra coisa contra sua vontade. A liberdade de expressão e religião não estão sujeitas ao capricho da maioria, são garantias constitucionais”, disse Kristen Wagoner, uma de suas representantes.