O ex-senador Magno Malta, popular no Brasil por seus discursos acalorados enquanto parlamentar, participou do Conservative Political Action Conference (CPAC Brasil), evento conservador considerado o maior do mundo, ocorrido no último final de semana, em São Paulo.
Na ocasião, Malta cobrou dos cristãos um posicionamento claro em relação à política, argumentando que não dá para ficar “em cima do muro” no contexto atual, onde a polarização entre a esquerda e a direita está evidente.
“Neste momento não dá para acender uma vela para Deus e outra para o diabo. Não dá pra ficar em cima do muro. Não há lugar para meio termo, ou você é cristão conservador ou você é de esquerda”, afirmou Magno Malta, sendo aplaudido pelo público presente.
Segundo o ex-senador, a neutralidade política, por parte dos cristãos, termina favorecendo a agenda progressista, o que inclui as pessoas que se definem como de “centro”.
“Ser centro não serve pra nada. De manhã você é a favor do aborto e a tarde você não é. Um dia você é a favor da ideologia de gênero, no outro não você não é”, pontuou Magno Malta, que concluiu fazendo um apelo para que as pautas conservadoras sejam difundidas pelo país.
“O processo eleitoral conservador brasileiro leve para sua cidade pra sua casa e a pauta será a mesma: Deus, pátria, família e liberdade”, disse ele.
Alvo do STF
No mesmo discurso realizado no CPAC Brasil, Magno Malta também fez críticas a alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo uma acusação contra o ministro Luiz Roberto Barroso, apontado por ele como alguém que já respondeu a uma acusação de agressão contra mulher.
“Quando ele é sabatinado a gente descobre que ele tem dois processos no STJ, na Lei Maria da Penha, por espancamento de mulher. Além de tudo, o Barroso bate em mulher”, afirmou o ex-senador, se referindo à época em que Barroso foi indicado para o STF.
Em nota, assessoria de comunicação do STF negou as acusações. Barroso, por sua vez, acionou o Supremo contra Magno Malta, por calúnia. O ministro Alexandre de Moraes, que conduz o polêmico inquérito das fake news, já solicitou esclarecimentos do ex-senador no prazo de 15 dias, segundo o R7.
“As ofensas foram desferidas contra Ministro do Supremo Tribunal Federal em contexto semelhante àquele descortinado pelos elementos probatórios colhidos no Inquérito nº 4.871, qual seja: a disseminação de conteúdos falsos e fraudulentos com o objetivo de atacar o Poder Judiciário (em especial, o STF), minar sua credibilidade e ameaçar sua independência. Ademais, foram utilizados os mesmos expedientes criminosos – manifestações públicas ofensivas amplamente divulgadas em redes sociais”, diz o pedido de Barroso.