O Natal, há muito tempo, transformou-se em uma data comercial simbolizada por um personagem sem vínculos com a celebração do nascimento de Jesus Cristo. E por isso, um líder cristão está propondo que os seguidores do Evangelho abandonem a celebração para criar uma nova, que seja invariavelmente identificada com o nascimento do Filho de Deus.
A proposta, ousada, partiu do padre Desmond O’Donnell, dirigente de uma paróquia no condado de Fermanagh, na Irlanda do Norte. “Perdemos o Natal como já tínhamos perdido a Páscoa e devemos abandonar essa palavra”, declarou.
O’Donnell é psicólogo e escritor, e segundo informações do portal Times of Israel, defende que é hora de “admitir que [o termo Natal] já foi tomado de nós e nos resta reconhecer e aceitar este fato”.
“Eu só consigo ver um resgate da realidade do Natal para os cristãos se abandarmos ‘natal’ e o substituirmos por outro nome. A realidade é que ‘natal’ não significa mais ‘nascimento’”, lamentou o padre, que foi além, afirmando que se os cristãos não forem por esse caminho, “a secularização e a vida moderna continuarão guiando a Igreja”.
“Não quero tirar nada de ninguém, estou simplesmente pedindo que a data seja preservada para aqueles fiéis que sabem que o Natal não tem nada a ver com o Papai Noel e as renas”, acrescentou, pedindo que uma medida no sentido de impedir o “desmoronamento institucional” seja tomada.
O padre afirmou também que sua motivação parte de sua própria “experiência religiosa” com o Natal em tempos que ele era uma referência ao nascimento de Jesus, com lembranças de um impacto “profundo e real, como o ar que eu respiro” na sua própria vida.
Reconhecendo que pessoas não religiosas já se habituaram às festas de final de ano, o padre defendeu que “essa é uma dinâmica humana essencial e todos precisamos disso na dureza da vida”, e por isso, argumentou, a melhor saída seriam os cristãos adotarem um novo termo para a celebração do nascimento do Salvador.
Ao final, o padre Desmond O’Donnel disse que outros sacerdotes cristãos pensam igual a ele, e uma prova disso são os movimentos que levaram países como Malta, Polônia e Uruguai a trocarem o nome da celebração natalina de forma oficial.