A comunidade de cristãos na Nigéria vem enfrentando ondas de ataques constantes, provocadas pela perseguição religiosa de grupos extremistas islâmicos, como o Boko Haram, e também pelos membros da etnia Fulani, formada em sua maioria por agricultores locais.
Segundo informações da organização internacional Portas Abertas, para tentar reparar parte dos traumas vivenciados pelas vítimas dos ataques, foi criado um centro de acolhimento pós-trauma, chamado Centro Shalom.
A iniciativa é da própria organização missionária, que usa a doação de R$ 94,20 mensais dos colaboradores espalhados pelo mundo para prestar auxílio aos cristãos perseguidos na Nigéria e em outros países.
A Portas Abertas explica que ataques do Boko Haram e dos Fulanis “têm levado à morte e deslocamento de muitos cristãos e à destruição de vilarejos, casas, igrejas e propriedades”.
“Uma das consequências é o trauma na vida dos sobreviventes. É essa realidade que sua doação pode ajudar a mudar. Sua contribuição faz com que líderes cristãos sejam capacitados como conselheiros para lidar com esses traumas”, diz a entidade.
Yana Gana é uma das vítimas do Boko Haram acolhida no Centro Shalom. Ele teve a sua filha sequestrada pelos terroristas em 2014, que levaram ao todo 112 garotas da escola secundária de Chibok, no estado de Borno, na Nigéria. Até hoje Gana mantém a esperança de ver a sua filha novamente.
“Ainda que passem dez anos, eu não vou perder a esperança, pois ela foi sequestrada viva. Se eles a matarem e me mostrarem o corpo, aí eu vou deixar de esperar a volta dela. Se não, vou continuar esperando seu retorno”, disse Gana.
“Não importa quanto tempo demore. Acredito que Deus fará um milagre e as meninas serão libertadas. Como nossa batalha não é contra carne, só Deus pode guerrear. Somente ele pode abrir um caminho onde não há, para que ela volte”, conclui.