Aos poucos, os temores apontados pelos mais céticos sobre as medidas tomadas por autoridades sob o pretexto de combater a pandemia de covid-19 começam a se concretizar. No Reino Unido, mais de 1.200 lideranças cristãs se manifestaram contra um “passaporte de vacina” que está sendo proposto no país.
A polêmica foi iniciada quando surgiu a ideia de exigir um “passaporte de vacina” dos cidadãos para permitir a entrada em igrejas, teatros, boates e eventos de grande público, como festivais, além de permitir que o distanciamento social seja relaxado em certos locais.
Diante do anúncio de que essa exigência estava sendo estudada, chamada oficialmente de “status covid”, os líderes cristãos se manifestaram prontamente, enviando uma carta aberta ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, repudiando a proposta.
Para os signatários, a ideia de exigir um comprovante de vacinação estabelece um “estado de vigilância”, com o controle total das autoridades sobre os passos da população, além de representar uma forma de “antiética de coerção”.
Ao mesmo tempo, uma entidade civil de vigilância das liberdades individuais também protestou contra o “passaporte de vacina”, temendo que a imposição resulte na criação de uma “sociedade de duas camadas”, com pessoas com mais direitos que outras, conforme informações da BBC News.
“Este esquema tem o potencial de acabar com a democracia liberal como a conhecemos e de criar um estado de vigilância no qual o governo usa a tecnologia para controlar certos aspectos da vida dos cidadãos”, diz um trecho da carta aberta enviada ao primeiro-ministro. “Como tal, esta constitui uma das propostas políticas mais perigosas já feitas na história da política britânica”, acrescenta a missiva.
A pressão dos líderes cristãos britânicos tende a ganhar corpo, uma vez que os signatários estimulam, na carta, os demais “líderes em igrejas de organizações cristãs” do Reino Unido a assinarem o documento, enviando cópias indo ao primeiro-ministro, líderes dos governos regionais e todos os parlamentares.
Em resposta, o governo do Reino Unido tentou acalmar a população: “Estamos considerando uma série de evidências em torno da certificação do status Covid e se ela pode ter um papel na abertura de ambientes de maior risco com segurança. A revisão está em andamento e nenhuma decisão foi tomada”.