No primeiro debate do segundo turno na eleição para o governo do Rio de Janeiro, o bispo Edir Macedo se tornou o centro de uma troca de acusações e provocações entre os candidatos Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB).
Crivella é sobrinho de Macedo e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, denominação que foi fundada e é liderada pelo tio.
Ciente disso, o candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão se valeu da informação para provocar o concorrente, dirigindo-se a Crivella como “bispo” e o atacou dizendo que a Universal politiza as reuniões para influenciar fiéis.
“Infelizmente se mistura política com religião na sua organização”, atacou o governador, aproveitando uma pergunta feita pelo pastor Silas Malafaia a Crivella sobre sua ligação com a denominação de Edir Macedo.
O pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) era um dos convidados do debate organizado pela revista Veja, Universidade Estácio de Sá e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.
Em sua resposta, Crivella aproveitou para criticar a administração de Pezão e seu antecessor, Sérgio Cabral, e explicou que os líderes religiosos só se envolvem com política porque as autoridades demonstram incompetência.
“Fato é que o povo vai buscar nas representações de origem religiosa e nas Forças Armadas o que não está encontrando nos quadros civis. Então o povo lança mão de líderes evangélicos e também de quadros das Forças Armadas”, argumentou o bispo da Universal.
O senador também criticou a estrutura política do PMDB no Rio de Janeiro, e afirmou que se Pezão for eleito, ele não terá autoridade plena: “Acho o Pezão uma pessoa sincera. Minha preocupação é o que está por trás. Pezão não manda na sua campanha e não vai mandar no seu governo”, disparou Crivella.