O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que durante seu mandato à frente da instituição nenhum projeto favorável ao aborto será colocado em discussão.
“Aborto eu não vou pautar [para votação] nem que a vaca tussa”, disse Cunha durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Integrante da bancada evangélica, Cunha reiterou sua posição considerada “conservadora” pela mídia, e disse que somente “por cima do meu cadáver” os projetos que preveem a descriminalização do aborto e a regulação da mídia serão votados na Câmara.
“O último projeto de aborto eu derrubei na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Regulação econômica de mídia já existe. Você não pode ter mais de cinco geradoras de televisão. No aborto, sou radical”, pontuou.
O projeto de regulação da mídia é uma das bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e é considerado uma forma de censura prévia às empresas de comunicação do Brasil, que perderiam parte da liberdade de imprensa.
A ideia de que existam sanções, multas ou cassação da concessão pública – nos casos de emissoras de rádio e TV – para empresas que atuem de forma contrária ao pretendido regulamento, é vista como um retrocesso social e democrático.
Homossexuais
Eduardo Cunha afirmou ainda que os projetos defendidos pelos ativistas gays são polêmicos e não representam a visão da maioria, apesar do grande espaço que ocupam na mídia e de seu poder de mobilização entre os militantes.
“Isso é mais discurso. Para pautar um projeto, ele tem que ter apoio suficiente. Não tenho que ser bonzinho. Eles querem que isso seja a agenda do país, mas não é. Não tem um projeto deles na pauta para ir a votação. Tenho que me preocupar com o que a sociedade está pedindo e não é isso”, concluiu.