A despeito das ações terroristas de grupos como Boko Haram e Estado Islâmico, os líderes muçulmanos no Brasil têm planos de expandir a religião no país e conquistar novos seguidores, incluindo a criação de uma revista e um canal de televisão.
Os planos fazem parte de um projeto de consolidação do islamismo em todas as regiões do mundo, e como o Brasil recebe muitos refugiados de países em áreas de conflito, como a Síria por exemplo, o crescimento do número de seguidores de Maomé é significativo.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, os muçulmanos estimam que hoje existem aproximadamente 1,2 milhão de fiéis da religião no Brasil. O Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2010 estimava em apenas 35 mil o número de muçulmanos.
Nasser Fares, presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana e administrador da Mesquita Brasil, a mais antiga da América Latina, afirma que às sextas-feiras – dia tradicional de orações na religião – o espaço fica lotado e recebe aproximadamente 600 fiéis, que contribuem financeiramente com 2,5% de seus ganhos líquidos para o zakat, uma espécie de “dízimo”.
Cientes de que os atentados terroristas que acontecem ao redor do mundo em nome do profeta Maomé ou de Alá prejudicam a imagem da religião, os líderes muçulmanos já preparam ações para evitar que sofram maiores rejeições.
Ali Zoghbi, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, revelou ao Valor Econômico que por causa de ações dos radicais em países do Oriente Médio, uma muçulmana foi ferida com uma pedrada em São Paulo. O ferimento, no entanto, não foi grave.
Ao redor do mundo, os muçulmanos somam 1,8 bilhão de pessoas, e o foco de maior crescimento da religião é a Europa. Países como a França já concentram números significativos de muçulmanos, e o fanatismo pela religião tem levado jovens a se voluntariar para alinharem-se às fileiras do Estado Islâmico, por exemplo.