A cantora Daniela Mercury voltou a polemizar com críticas aos conceitos das religiões cristãs, e afirmou que tanto católicos quanto evangélicos são machistas.
“Os evangélicos dizem que as mulheres têm que ficar submissas aos homens, o que é um absurdo. Isso me ofende profundamente como mulher. Sempre me ofendeu e não suporto essa história tanto do catolicismo como dos evangélicos de desvalorizar as mulheres dentro da Bíblia. Tanto é que na igreja católica as freiras não podem rezar missa. São religiões machistas e ainda se dão o direito de disseminar o desrespeito às diferenças. Isso é inaceitável. Não suporto isso, acho um desrespeito”, disparou a cantora, que recentemente assumiu uma relação homossexual.
Na entrevista ao portal Terra, Mercury afirmou que as religiões precisam ser tratadas como assuntos de âmbito pessoal e que os crentes não deveriam tentar usar seus princípios de fé como parâmetro para questões sociais.
“Cada um que quiser ter suas crenças, que crie para si, para seus filhos e seus universos. Mas, não venha tentar contaminar a sociedade com conceitos tão atrasados e desrespeitosos diante de tanto que nós já conseguimos com a democracia. As religiões não são leis, são religiões, são crenças. Mas, o que rege nosso País são cartas magnas chamadas Constituições e é nisso que me pauto. Não sou obrigada a acatar os dogmas de nenhuma religião, mas eles são obrigados a me respeitar como cidadão de um país livre e laico. As pessoas confundem, acham que as religiões valem mais dos que nossas Constituições. Por isso que todo mundo fica com medo”, teorizou a cantora.
Desafeta pública do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), Daniela Mercury afirmou que o projeto apelidado de “cura gay” foi uma estratégia dos parlamentares da bancada evangélica para ganhar atenção da mídia.
“A cura gay foi feito para polemizar, para os deputados envolvidos nisso ganharem divulgação e quem sabe conseguirem mais um pouco de votos das pessoas ignorantes que não compreendem o que significa isso. É um absurdo e um atraso tamanho. O que ele [Marco Feliciano] queria ele conseguiu. Não sei se foi para o bem ou para o mal. Espero que ele não tenha ganhado mais eleitores. É um escalabro, um absurdo e oportunismo político”, criticou.
A cantora de axé voltou a dizer que não é correto que emissoras de TV transmitam programas evangélicos por elas operarem através de uma concessão pública: “O País é laico. O Estado não optou por nenhuma religião, que respeita as manifestações religiosas. Há uma lavagem cerebral, é brutal. Não é possível que as emissoras de televisão fiquem fazendo evangelização. Me lembra um pouco a colonização brasileira. A gente é recolonizado e re-catequizado pelas religiões. Eu por exemplo não quero que meus filhos recebam qualquer tipo de catequização através dos meios de comunicação. Eu não preciso de religião para me dizer o que é certo ou errado”, esbravejou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+