O estado de São Paulo pode receber um museu dedicado ao cristianismo. O “padrinho” da ideia é o deputado estadual Fernando Capez (PSDB), que na última quarta feira (20) lançou o “primeiro tijolo simbólico” da obra na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Os idealizadores do projeto são os jornalistas Luciana Mazza e Marcelo Rebello, seu marido, que pretendem recorrer a leis de incentivo fiscal como a Rouanet, do Governo Federal, para financiar a obra. O casal é responsável também pelo Salão Internacional Gospel, feira de negócios voltada para o segmento evangélico que acontecerá em setembro em São Paulo.
Padrinho do projeto, Capez afirma que tentará levantar patrocinadores e recursos da Secretaria da Cultura do estado para realizar a obra. Ele afirma ainda que o museu não terá um foco religioso, mas sim “histórico e cultural” e que a obra tem diversos objetivos, entre eles o de eternizar a história da igreja evangélica.
– O Estado é laico, não posso mandar dinheiro para a igreja, mas posse me associar a entidades religiosas – explica o deputado, que se classifica como “um cristão que apoia o movimento evangélico” e frequenta igrejas como a Bola de Neve.
Ainda sem local definido para sua construção, o projeto piloto para o museu conta com uma área de 10 mil m² e capacidade para receber 1500 pessoas, segundo o jornal Folha de S.Paulo. As dimensões são equivalentes às do Masp.
Os responsáveis pelo projeto explicam que se trataria de um museu particular e sem fins lucrativos. Segundo Luciana Mazza, haverá uma “cobrança social” para entrar no local, “com preços acessíveis”.
Peças do Museu
A ideia do museu é reunir documentos e objetos representativos à história do movimento evangélico no Brasil, como fotos da Cruzada Nacional da Evangelização, que aconteceu em 1953 na capital paulista.
Além dos objetos históricos, os idealizadores do museu pretender criar também uma seção dedicada a declarações polêmicas e “pérolas” ditas por líderes evangélicos. Entre as lembranças polêmicas estarão o convite para um culto que mostra o pastor Lucinho Barreto “cheirando” a Bíblia, e a declaração do cantor Thalles Roberto, que mandou as mulheres “segurarem a periquita”.
Nomes curiosos de igrejas também terão seu lugar garantido no museu, que exibirá nomes como “Assembleia de Deus Pavio que Fumega” e “Associação Fiel Até Debaixo D´Água”.