O governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, continua escalando o autoritarismo contra os cristãos católicos do país. Agora, a ditadura resolveu dissolver a ordem jesuíta e também confiscar os seus bens.
Conforme o GospelMais vem noticiando, essa é só mais uma das várias ações que a ditadura têm tomado contra lideranças e organizações católicas. Isso, porque, o governo alega que os religiosos seriam parte de um movimento “antidemocrático”.
A ditadura de Ortega também alega que os jesuítas (Companhia de Jesus) não teria apresentado as demonstrações financeiras de 2020, 2021 e 2022. A instituição, por sua vez, repudiou a sua dissolução na Nicarágua, assim como o confisco dos seus bens.
Um dos patrimônios confiscados por Ortega foi a Universidade Centro-Americana (UCA), que era administrada pelos jesuítas há mais de meio século. Agora, a unidade se chamará Universidade Nacional Casimiro Sotelo Montenegro, segundo informações da BBC.
Ataques recorrentes
Segundo a Associação de Universidades Confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (AUSJAL), as investidas da ditadura contra as instituições jesuítas vêm ocorrendo há anos. Os ataques atuais apenas confirmam a progressão do autoritarismo no país.
“A denúncia dos acontecimentos classificados como crimes contra a humanidade para o Grupo de Peritos em Direitos Humanos da Nicarágua, da Organização das Nações Unidas, tornou [a universidade] vítima de ataques múltiplos desde 2018”, diz a AUSJAL.
Segundo a entidade, a perseguição que Ortega tem implementado contra lideranças e organizações católicas é uma reação de vingança contra o posicionamento da Igreja em favor dos Direitos Humanos.
Em 2018, durante as manifestações populares que pediam liberdade no país, resultando no assassinato de centenas de manifestantes por parte do regime, igrejas abriram as suas portas para acolher os perseguidos, o que despertou a fúria do governo.
“O confisco de fato dos bens da UCA é uma represália ao trabalho que esta instituição tem realizado na busca de uma sociedade mais justa, bem como ao seu compromisso de proteger a vida, a verdade e a liberdade do povo nicaraguense”, conclui a AUSJAL, em nota.