A crise social e política do Egito que se trasformou em perseguição religiosa contra cristãos chegou à capital do país, Cairo. Um “atirador” matou três pessoas e feriu outras nove em frente a uma igreja na cidade.
O Ministério do Interior do Egito revelou à imprensa mundial que o ataque aconteceu na noite do último domingo, 20 de outubro, quando os fiéis deixavam o templo após a celebração de um casamento no bairro de Al-Warak.
De acordo com informações do G1, este atentado foi o primeiro realizado por muçulmanos contra cristãos no Cairo. Até então, a onda de ataques motivados pela destituição do presidente Mohamed Morsi pelo Exército só havia acontecido em cidades mais afastadas do centro do poder egípcio.
Um porta-voz do Ministério da Saúde afirmou que o número de feridos no ataque já chega a doze, porém a informação ainda não pôde ser confirmada.
Entenda a crise
O presidente Mohamed Morsi foi o primeiro mandatário do Egito que foi eleito pelo voto popular, após as revoluções chamadas como Primavera Árabe nos países do Oriente Médio.
Como o país é de maioria islâmica, Morsi foi eleito principalmente pelo voto dos muçulmanos, que cobraram a aprovação de leis que favorecessem a maioria da população, em detrimento das minorias religiosas, como os cristãos por exemplo.
Os cristãos, até a eleição de Morsi, eram um grupo politicamente omisso, mas desde que as leis mais severas contra os cidadãos egípcios que professam a fé cristã foram aprovadas, os fiéis se reuniram para cobrar mudanças, o que suscitou uma crise política que resultou na destituição de Morsi pelo Exército do país.
O golpe militar que derrubou o primeiro presidente eleito pelo voto levou os grupos radicais islâmicos a protestarem por todo o país, e a atacarem igrejas, casas, empresas e comércios de cristãos, como represália.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+