A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou a respeito das manifestações pedindo o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e disse que não existem, nesse momento, elementos jurídicos para a deposição da presidente.
Segundo os bispos da Igreja Católica, o país atravessa uma grave crise “ética e moral” na política, porém a remoção de Dilma Rousseff do cargo poderia “enfraquecer” as instituições do governo.
No entanto, os líderes católicos disseram que se faz necessário que se apure todas as acusações de corrupção: “Existem regras para se entrar com um pedido inicial de impeachment. Creio que não chegamos a esse nível […] A reação que nós sentimos também é que as manifestações de rua são de discordância, muitas vezes ideológicas, o que é normal e necessária e democrática, mas propor um impeachment seria enfraquecer um pouco as instituições”, disse o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner.
O cardeal Raymundo Damasceno Assis disse também que por enquanto, nada incrimina Dilma: “Pelo que a gente tem como informação do Supremo Tribunal [Federal], não há nenhum indício de algum ato que possa justificar qualquer denúncia quanto à presidente da República”, afirmou.
A presidente Dilma Rousseff foi excluída da primeira lista feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na visão da Janot, a presidente não poderia ser julgada no exercício do mandato por eventuais crimes cometidos antes de sua eleição.
“Vemos denúncias novas a cada dia e vamos ficando, de certo modo, assustados. Isso vai gerando um mal-estar em toda a população, diante da crise ética e da moral do nosso país […] Sabemos que a corrupção sempre existiu, continua existindo, e não só no Brasil, mas em toda parte, mas é fundamental que a Justiça realmente puna os condenados e os corruptores”, concluiu Assis.