Uma escola na Finlândia cancelou uma apresentação de música clássica com a obra O Messias, de Handel, que seria executada por uma orquestra e um coral. A decisão foi tomada para “não ofender” alunos que não sigam a Jesus.
Os temas do recital eram predominantemente cristãos, e a apresentação contaria com a Orquestra Barroca Finlandesa e o Coro da Câmara de Helsinque. A direção da escola na cidade de Nyland decidiu cancelar o evento depois de um caso em outra cidade em que uma criança se opôs às músicas sobre a vida de Jesus que haviam sido tocadas.
O caso na cidade vizinha foi à Justiça e o Tribunal Nacional de Não Discriminação e Igualdade decidiu que os alunos não cristãos deveriam ser compensados em 1.500 euros (ou US$ 1.562) por terem ouvido músicas sobre o Natal. Entretanto, o Comitê de Educação e Bem-Estar da cidade votou por 6-5 que nenhum pagamento seria devido aos alunos ofendidos.
O canal de notícias finlandês Helsingin Sanomat relatou que a “religiosidade do concerto não foi anunciada com antecedência, mas [a escola] pediu desculpas após o concerto”.
Dada a experiência na cidade de Hämeenlinna, os organizadores do concerto ainda não realizado cancelaram o evento, alegando problemas com os tons religiosos da música: “A atmosfera no coro de câmara e na orquestra barroca foi de espanto com a decisão”, disse Laura Kajander, diretora executiva da Orquestra Barroca.
Para Laura, essa foi a primeira vez que ela soube de um cancelamento por esses motivos: “Se os concertos forem cancelados, são as crianças que sofrem”, contrapôs.
De acordo com informações do portal Faithwire, cerca de 65% dos finlandeses se identificam como cristãos, pertencendo à Igreja Evangélica Luterana da Finlândia, uma das duas igrejas nacionais do país.
Além disso, 32% da população não se identificam com nenhum grupo religioso.
Tudo isso acontece no momento em que a deputada finlandesa Päivi Räsänen está envolvida em uma batalha jurídica de anos por defender um versículo da Bíblia nas redes sociais.
Päivi comentou no X os casos de processo em Hämeenlinna e cancelamento em Nyland da apresentação, dizendo tratar-se de insensatez: “Pagamento de compensação de 1.500 euros por discriminação quando uma criança não religiosa acidentalmente ouviu uma música sobre Jesus. O uso do bom senso desapareceu? Ao mesmo tempo, as escolas celebram o Halloween com bruxas e personagens zumbis. Como uma música sobre Jesus pode ser percebida como tão perigosa?”, questionou.