Extremistas hindus interromperam um culto doméstico e tentaram estuprar a dona da casa, esposa do pastor que lidera a congregação local, no estado de Tamil Nadu, na Índia. Seu marido não estava em casa no momento do ataque, e os demais membros também foram agredidos.
Pratibha Stephen, 38 anos, foi surpreendida em sua casa, enquanto estava reunida com outros cristãos em um culto doméstico. Um homem invadiu a reunião pela porta dos fundos do imóvel, interrompeu o louvor e agrediu um idoso que é membro da congregação. Ao ver a cena, Pratibha tentou impedir a agressão, mas também foi empurrada para longe.
A invasão foi a continuação de uma ameaça feita antes por um líder hindu da região. “Você não entende o que meu chefe Guruswamy disse a vocês? Você não tem vergonha? Quantas vezes você ouviu falar que não deve haver nenhuma reunião de oração cristã na área?”, gritava o agressor, segundo informações do portal Morning Star News.
O homem que invadiu o culto doméstico foi identificado posteriormente como Ajith Kumar, membro do grupo extremista hindu Munnani. As testemunhas do ataque disseram que ele estava completamente descontrolado e espancou Pratibha.
“Eu repreendi-o para que ele não me tocasse e disse que ele deveria sair imediatamente. Ele continuou vomitando palavras abusivas, e em poucos minutos me tocou novamente. Ele puxou meu sari (traje das mulheres na Índia) para longe de mim. Eu resisti a ele com todas as minhas forças e gritei por ajuda”, narrou ela.
Pratibha é casada com o pastor Paul Stephen, que no momento do incidente estava liderando um culto de adoração em Bhavani Sagar, aldeia localizada a cerca de 10 quilômetros de distância.
Estupro
Durante a invasão, o membro idoso da igreja e alguns outros tentaram empurrar Kumar para fora, mas ele resistiu e depois despiu a dona da casa, chutando-a no chão. “Eu estava no chão, chorando. Aquele homem tentou puxar minhas calças para baixo e me chutou repetidamente no estômago. Ele então pegou em mim, apertou meus seios e disse: ‘Hoje vou ensinar uma lição para você e seu marido. Vocês conduzem culto cristão? Como sem vergonha! Vocês dois devem estar desfilando nus por isso’”, relembrou.
O episódio parece ter sido premeditado por parte dos extremistas hindus, já que antes do culto, Pratibha ouviu batidas na porta de sua casa, com gritos e xingamentos. Sem abrir a porta, a esposa do pastor perguntou qual era o problema e não houve resposta. Provavelmente, os extremistas usaram essa abordagem para saber se o marido dela estava em casa, e descobriram que Pratibha estava só.
Horas depois, quando Kumar estava prestes a estuprá-la, quatro amigos do agressor vieram e o tiraram de cima dela, impedindo que o ataque fosse consumado. “Eu estava chorando de dor, os golpes no meu abdômen foram graves”, disse ela.
No entanto, a situação estava longe de acabar. Quando o pastor Paul Stephen chegou em casa, os extremistas ainda permaneciam em frente à casa. Ele entrou, conversou com sua esposa e a encorajou a acionar a Polícia.
“Nós dois corremos pela porta da frente, sem saber que os cinco homens ainda estavam lá do lado de fora nos observando. Os cinco homens começaram a espancar meu marido e eu me senti fraca, então desmaiei. Meu irmão, Gyana Prashant, se debruçou sobre meu marido para protegê-lo dos golpes. Eles também deram um tapa no meu sogro idoso”, concluiu Pratibha.
Quando souberam do caso, líderes do Sínodo das Igrejas Pentecostais correram para o hospital em Coimbatore, onde o pastor, a esposa e os familiares foram levados. O reverendo Raja Mani, do sínodo, disse que a equipe do hospital se recusou a dar tratamento médico adequado ao casal.
“O pastor Paul Stephen e a irmã Pratibha ficaram gravemente feridos, e a equipe do hospital do governo disse que só pode prestar assistência de primeiros socorros e os encaminhou para o Hospital Distrital de Coimbatore para tratamento. O hospital em Coimbatore não admitiu o casal nos dois primeiros dias e os tratava apenas como pacientes externos. Quando os pastores da área exigiram que os médicos e a equipe fornecessem o tratamento adequado, eles foram internados e ficaram lá por mais três dias”, afirmou Mani.