O drama dos cristãos sírios chegou a um novo patamar nessa semana, com a ação do grupo terrorista Estado Islâmico para impedir que seus perseguidos deixem as áreas sob seu domínio.
Os imigrantes sírios já enfrentam dificuldades para conseguir refúgio quando desembarcam na Europa ou em outros países, como os Estados Unidos. E agora, o Estado Islâmico está impedindo a fuga dos cristãos sírios.
Segundo informações do portal Christian Post, muitos cristãos estão sendo impedidos por militantes do Estado Islâmico de deixarem a cidade de Raqqa, e uma vez “sequestrados”, estão sendo obrigados a estudar os ensinamentos muçulmanos.
A denúncia foi feita recentemente pela Campanha Síria contra o Estado Islâmico, corroborando as alegações do governo sírio, regido pelo presidente Bashar al-Assad.
Segundo estimativas da entidade não-governamental, restariam apenas 43 famílias cristãs na cidade, com média de três integrantes cada. A sobrevivência desse grupo estaria garantida, por enquanto, pelo pagamento de tributos ao grupo terrorista e intervenção de seus vizinhos muçulmanos, que os têm protegido contra a sede de sangue do Estado Islâmico.
Inclusive, tanto a entidade quanto o regime de Assad garantem que os próprios muçulmanos estão sendo impedidos de deixar a cidade, apoiando o califado do Estado Islâmico ou não.
A postura repressiva dos terroristas é uma retaliação ao governo sírio, que recentemente, com apoio da Rússia, dizimou forças do Estado Islâmico na cidade de Palmira, retomando o controle da região.
Na cidade, que é patrimônio histórico da humanidade, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), foram encontrados diversos monumentos milenares destruídos pelos terroristas. Especialistas apontam que o prejuízo cultural é inestimável e que pelo menos cinco anos serão necessários para reconstruir parte do acervo.