Os movimentos que defendem a manutenção da virgindade até o casamento estão atraindo cada vez mais jovens, em sua maioria evangélicos, e o assunto se tornou tema de um estudo científico que avaliou os conflitos enfrentados por quem adere a esse princípio.
A socióloga Sarah Diefendorf, da Universidade de Washington, fez uma pesquisa com homens que optam pela virgindade até o casamento para descobrir como eles lidam com a sexualidade no período pré e pós-marital.
A avaliação foi feita com um grupo de 15 jovens cristãos evangélicos, e no resultado, Sarah notou que o compromisso de não praticar o sexo antes do casamento dá aos jovens uma liberdade maior para falar sobre o assunto com os amigos de confiança ou com conselheiros de grupos de apoio mantidos pelas igrejas. No entanto, após o casamento, esse espaço de diálogo deixa de existir.
O estudo de observação foi iniciado em 2008, e todos os voluntários estavam na faixa dos 20 anos. Durante um ano inteiro, a socióloga assistiu às reuniões do grupo de jovens que assumiram a virgindade até o casamento, e também realizou entrevistas individuais, de acordo com informações do Uol.
Em 2011 e 2012, 14 dos rapazes já estavam casados, e Sarah voltou a falar com os jovens sobre o tema para colher impressões de como eles lidavam com a situação oposta.
Nessa fase do estudo, Sarah descobriu que os jovens não possuem suporte para lidar com as peculiaridades da vida sexual, e por isso, se sentiam confusos em vários aspectos. Sarah também afirmou, em seu relatório, que entre os evangélicos, falar sobre sexo com amigos e/ou nos grupos de apoio das igrejas é visto como uma forma de desrespeito à esposa.
Os jovens também expressaram desconforto para falar sobre o tema de forma franca com suas companheiras, e demonstraram estarem surpresos com a descoberta que, mesmo casados e com vida sexual regular, as tentações não deixam de existir.
O relatório da pesquisa de Sarah Diefendorf foi apresentado durante um encontro da Sociedade Americana de Sociologia, em São Francisco. A socióloga disse esperar que seu estudo incentive os grupos que pregam a abstinência sexual a aprimorar o apoio aos jovens que aderem à campanha para a vida sexual após o casamento.